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Lições que vêm do fracasso: empresários se reúnem para aprender com erros

Para movimentar a cultura do empreendedorismo no DF, evento inova ao compartilhar aprendizados vindos de histórias de insucesso nos negócios

postado em 09/12/2016 12:40

Camila de Magalhães

Para Mariana Borges, superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, iniciativas como essa do FUN são importantes para movimentar e aquecer a cultura empreendedora que vem crescendo na cidade

Quem vive o mundo dos negócios, normalmente, procura casos de sucesso para se inspirar. No entanto, as falhas podem ser muito enriquecedoras porque servem de aprendizado e levam à superação. De olho no potencial empreendedor de Brasília, uma nova empresa trouxe à capital federal uma oportunidade inovadora de se compartilhar experiências para o crescimento, que leva um nome nada conservador, o Fuckup Nights (FUN) Brasília. A ideia vem de um movimento global iniciado no México em 2012 e presente em mais de 80 cidades de 30 países, que consiste em encontros descontraídos para dividir publicamente histórias de fracasso nos negócios.

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A quinta edição do FUN foi realizada pela Impact Hub na noite da última quarta-feira no Espaço Chatô, com apoio da Fundação Assis Chateaubriand (FAC). E reuniu empreendedores de coração, empresários, ex-empresários, estudantes e simpatizantes da área para ouvir as histórias de três personalidades locais. ;É difícil encontrar um ambiente agradável para as pessoas falarem de falhas. Todo lugar que você vai não pode errar. A gente quer ressignificar o erro para as pessoas entenderem que, quando você é um empreendedor, não vai acertar toda hora. Vai passar por várias etapas e errar é normal;, explica Deise Nicoletto, líder da iniciativa Impact Hub Brasília.

O primeiro a falar no evento foi o consultor na área de expansão comercial Luciano Maia, que já foi dono de várias empresas. O grande fracasso dele foi numa agência de intercâmbio cultural, que perdeu muitos clientes após os ataques às Torres Gêmeas em Nova Iorque, em 2011. ;Eu deveria ter procurado conselhos, ouvido mais gente e ter tomado decisões que me favorecessem. Foi uma dívida milionária que assumi e demorei anos para pagar;, lembra. Os maiores aprendizados, para ele, são a importância de ouvir, cortar despesas em momentos de crise e nunca desistir. ;Você não pode desistir da vida, dos sonhos e dos projetos, vá até o fim. Você tem que ter na sua frente um horizonte utópico;, observa o consultor.

Com 20 anos de experiência no mercado publicitário de São Paulo e Brasília, a diretora presidente da Agência Digital Group, Adriana Moya, falou sobre uma campanha de prevenção à Aids que gerou grande repercussão na mídia por usar perfis fakes em redes sociais. A estratégia funcionou, mas acabou virando uma crise. ;São tantos erros e acertos na nossa vida profissional, que trouxeram muito resultado na minha vida e fizeram com que eu seja o que sou hoje;, destaca.

Para Mariana Borges, superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, iniciativas como essa do FUN são importantes para movimentar e aquecer a cultura empreendedora que vem crescendo na cidade

Quem também expôs o fracasso com uma casa noturna foi o secretário adjunto do Trabalho no DF, Thiago Jarjour, que vem de família de empresários. Ele apresentou sua primeira experiência empreendedora, aos 21 anos: ;Achei que estava pronto e fracassei. Pensei que ficaria milionário e tivemos muito prejuízo. Foi ali que comecei a ser empreendedor, a partir do meu primeiro fracasso. Meus maiores aprendizados foram ouvir muito os mais experientes e saber que se arriscar é importante e errar não é o fim, é só mais um passo para seguir adiante. É só mais um tijolo da construção da sua vida.;

Para Mariana Borges, superintendente executiva da Fundação Assis Chateaubriand, iniciativas como essa do FUN são importantes para movimentar e aquecer a cultura empreendedora que vem crescendo na cidade. ;O perfil empreendedor é aquele que entra assumindo riscos, sabendo que não vai ser fácil, mas não desiste e tem coragem de compartilhar isso na esperança de que talvez outros não passem pelo que ele passou;, avalia.

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