Cidades

Pesquisadores usaram Luziânia como base para demarcação de Brasília

Então chamada Santa Luzia, a cidade completou 270 anos ontem, voltaria a ter papel fundamental na concretização da maior obra da era JK.

Renato Alves
postado em 14/12/2016 06:03

Vindos do Rio de Janeiro, especialistas de várias áreas ergueram acampamento em Santa Luzia


Brasília não nasceu de um sonho ou do mero desejo de Juscelino Kubitschek. A Constituição Federal de 1891, a primeira do país, determinou a demarcação do território onde seria construída a futura capital. Para tirá-la do papel, 60 anos antes de JK iniciar a construção da cidade, um grupo de cientistas brasileiros e europeus desbravou o Planalto Central para registrar tudo o que havia na região e traçar o quadrilátero em que seria erguida uma metrópole planejada. Nessa missão, realizada na última década do século 19, vindos do Rio de Janeiro, eles montaram acampamentos na hoje região do Entorno do Distrito Federal. À época, havia só quatro cidades: Pirenópolis, Corumbá, Formosa e Luziânia. Então chamada Santa Luzia, esta última, que completou 270 anos ontem, voltaria a ter papel fundamental na concretização da maior obra da era JK.

Pesquisadores, geólogos, geógrafos, botânicos, naturalistas, engenheiros e médicos, entre outros, integravam a equipe da missão chefiada pelo astrônomo e geógrafo belga Louis Ferdinand Cruls incumbida de explorar o Planalto Central. De 1892 a 1894, eles fizeram estudos científicos até então inéditos no Centro-Oeste, mapeando aspectos climáticos e topográficos, além de estudar a fauna, a flora, os cursos de rios e modo de vida dos habitantes. Realizado sobre lombo de burro, contando apenas com o vasto conhecimento dos expedicionários e equipamentos rústicos, o trabalho resultou em um precioso documento. Chamado de Relatório Cruls, ele contém mapas, descrições da fauna, da flora e das riquezas minerais da região, além de fotografias.

A turma responsável pelos arredores de Santa Luzia destacou as riquezas naturais dos lugares por onde passaram. Em especial, a grande quantidade água;atualmente cada vez mais escassa, com a ocupação desordenada do solo. ;Encontramos grande número de cursos d;água em qualquer dos trajectos, sendo os maiores o São Bartholomeu e o São Marcos, entre Palmital e Santa Luzia, e em seguida o Rio Descoberto, formado pela confluencia, proximo do Chico Costa, dos rios Maria do O;, das Pedras e Tajobá;, descreveu, em grafia da época, Henrique Morize, chefe da turma responsável por demarcar e explorar o vértice Sudeste do quadrilátero.

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