postado em 14/12/2016 16:28
A Polícia Civil pretende individualizar os inquéritos contra as 88 pessoas detidas durante as manifestações desta terça-feira (13). Para isso, a inteligência da corporação contará com apoio de agentes de outras unidades da federação, com quebra de sigilo telefônico, análise de vídeos e monitoramento de redes sociais. O protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita os gastos públicos, teve adesão de 3 mil pessoas. Dessas, a polícia militar revistou, aproximadamente, 1 mil.Leia mais notícias em Cidades
Levadas para a 5; Delegacia de Polícia, na área central do Plano Piloto, e para a Delegacia de Polícia Especializada (DPE), algumas das pessoas foram autuadas por dano, lesão corporal, desacato, entre outros delitos menores. Com a individualização das condutas, no entanto, a polícia pode enquadrar parte dos manifestantes no Artigo 20 da Lei de Segurança Nacional, que prevê de três a dez anos de reclusão para quem incendiar e depredar por inconformismo político.
Durante os protestos, a Esplanada dos Ministérios e outras regiões do Plano Piloto foram palco de confronto entre a Polícia Militar e manifestantes. Um ônibus e entulho foram incendiados, houve confrontos no Setor Comercial Sul e na W3 Norte. Oito policiais militares ficaram feridos, seis deles levados para o Hospital de Base. Todos tiveram alta. ;Um grupo não quis passar pela revista. Os integrantes estavam armados com paus, pedras e até botijão de gás;, afirmou o comandante-geral da PM, Marcos Antônio Nunes.
Questionada em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (14) se não seria uma aplicação muito rigorosa da lei, a secretária da Segurança Pública e da Paz Social, Márcia de Alencar Araújo, destacou que, por ser a capital do País, Brasília é diferente. ;Esta é uma cidade com dois chefes de Estado: o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, e o presidente da República, Michel Temer. Há assuntos de segurança pública ordinária, mas também de soberania nacional;, disse.
O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, classificou a legislação como ;um remédio jurídico adequado;. ;Identificamos pessoas das manifestações de 29 de novembro deste ano e de junho de 2013. Gente que vem de Goiás, da Paraíba, de Santa Catarina, do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Paraná com o intuito de depredar. E devemos, com as investigações, chegar até os organizadores;, afirmou.
O efetivo contou com 600 policiais militares inicialmente e 2,5 mil ao final, reforço de 250 policiais civis na 1;, na 2; e na 5; Delegacias de Polícia e no Departamento de Polícia Especializada (DPE). Os manifestantes foram levados para essas duas últimas unidades. Sete adolescentes foram encaminhados para a Delegacia da Criança e do Adolescente, inclusive o paranaense de 17 anos filmado ao atear fogo a um ônibus. O jovem está no Núcleo de Atendimento Integrado, sob responsabilidade da Justiça. Cem bombeiros militares completaram a equipe.
Com informações da Agência Brasília.