Otávio Augusto
postado em 20/12/2016 16:58
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrará operação no início do próximo ano para investigar a atuação da Máfia das Próteses na rede pública. Não se trata de um desdobramento da Mister Hyde, mas, sim, de apuração independente. A Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida) cuida dos detalhes em sigilo.
Há provas que comprovam a atuação do esquema na rede pública, conforme adiantou ao Correio o promotor de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Maurício Miranda. Segundo o Ministério Público, trata-se de uma "questão delicada" e, por isso, ainda não pode ser revelada. Entre as fraudes, os investigadores apuram estelionato, crime contra a saúde pública e organização criminosa.
De acordo com informações preliminares, empresas negociam valores para vencer licitações de órteses e próteses na Secretaria de Saúde. A intenção da Pró-Vida é diminuir o preço dos insumos e frear a realização de procedimentos. "Uma das metas nós já atingimos com a Mister Hyde. Na rede particular, a estimativa de queda dos procedimentos de coluna é de 80%", detalha Miranda.
Fraude
A Máfia das Próteses, envolve um esquema de médicos, hospitais e empresas de próteses e órteses. Os envolvidos realizam cirurgias desnecessárias, com materiais vencidos ou de baixa qualidade e superfaturam os preços dos procedimentos. Devido ao arranjo, centros médicos lucravam até 20% sobre o valor total de cada procedimento; doutores, 30%; e o restante dos subsídios era divido entre as firmas de fornecimento dos materiais.