Otávio Augusto
postado em 20/12/2016 20:48
A Secretaria de Saúde instaurou sindicância para apurar a destruição de dados do Centro de Saúde n; 1 de São Sebastião. O caso foi revelado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), que cumpriu mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (20/12). A ação faz parte da segunda fase da Operação TrackCare, que apura fraudes em atestados e receitas médicas na pasta.
Em nota, a superintendente da Região de Saúde Leste (Paranoá e São Sebastião), Fabiana Loureiro Binda, garante que a regional tentará localizar os documentos, referentes ao ano de 2014, alvos da segunda fase da Operação TrackCare. "A Corregedoria está tomando todas as providências cabíveis e os envolvidos prestarão esclarecimentos;, destacou.
[SAIBAMAIS]A pasta está colaborando com as investigações, mas também é alvo de questionamentos, sobretudo ligados à falta de fiscalização. Ontem, o Executivo local reafirmou o compromisso de ajudar na apuração. ;A Corregedoria da pasta está atuando para identificar e coibir eventuais irregularidades praticadas por servidores e esclarece que nenhum desvio de conduta será tolerado pela administração;, finaliza o texto enviado pela secretaria.
Mais cedo, o promotor de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Maurício Miranda, disse que funcionários da unidade médica confirmaram que houve destruição de documentos. Há indícios de que o médico Marcus Antônio Costa se beneficiou das fraudes nas eleições de 2014, quando pleiteou uma vaga na Câmara Legislativa do DF. Ele teria distribuído remédios a eleitores sem consulta, segundo os investigadores. Os dados descartados confirmariam a fraude.
Informações de prontuários médicos, como guias de atendimento de emergência (GAE) e segunda via de receitas, podem ter sido queimadas no ano passado. O sumiço ocorreu em um período específico: o ano de 2014. Documentos similares de 2015 e 2016, por exemplo, estão intactos. "Vamos apurar junto à Secretaria de Saúde para saber o que aconteceu com esses documentos. Essa destruição atrasou a nossa investigação", criticou Miranda.