Otávio Augusto
postado em 21/12/2016 06:00
Onze dias após a primeira fase da Operação TrackCare, que apura fraudes em atestados e receitas médicas da Secretaria de Saúde, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou, nessa terça-feira (20/12), a segunda etapa da apuração. Desta vez, há suspeitas de que o médico Marcus Antônio Costa se beneficiou do esquema nas eleições de 2014, quando disputou uma vaga à Câmara Legislativa. Ele teria distribuído remédios, sem consulta, para comprar o voto de possíveis eleitores, segundo os investigadores.
Um bloco com cerca de 50 receitas médicas apreendido no porta-malas do carro da enfermeira Daniela Toledo, alvo da primeira fase da TrackCare, levou o MPDFT a investigar o uso das folhas. Todas estavam assinadas e carimbadas pelo médico Felix Javier Leon Molinet. Não se sabe se a autenticação é falsa. Em depoimento à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), Marcus confessou que Daniela e Felix trabalharam na campanha eleitoral dele, mas não soube precisar que atividades eles desempenhavam. Ele, porém, não foi preso.
Antes das 7h de ontem, policiais civis e promotores cumpriram mandados de busca e apreensão em três endereços da capital federal. Os investigadores foram surpreendidos no Centro de Saúde n;1 de São Sebastião. Lá, há indícios de destruição de provas. Informações de prontuários médicos, como guias de atendimento de emergência e segunda via de receitas, podem ter sido queimadas no ano passado. O sumiço dos dados ocorreu em um período específico: 2014. Documentos similares de 2015 e de 2016, por exemplo, estão intactos.
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