Cidades

Terceiro protesto contra aumento de passagens ocorre de forma pacífica

Manifestantes se reuniram na Praça do Relógio contra o reajuste no valor das tarifas de ônibus e metrô. O ato acabou por volta das 20h15

Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio, Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 05/01/2017 18:33
Manifestantes se reuniram na Praça do Relógio contra o reajuste no valor das tarifas de ônibus e metrô. O ato acabou por volta das 20h15
Manifestantes se reuniram na Praça do Relógio, em Taguatinga, para o terceiro protesto contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô no Distrito Federal. Em seguida, o grupo fechou três faixas da Avenida Central, sentido Estádio. A Polícia Militar controlou o trânsito na região. A corporação atuou com 38 policiais, sendo 12 a cavalo. No entanto, outros 32 homens estavam à disposição do Batalhão de Choque. Cerca de 50 pessoas participam do protesto, segundo a PM. Às 19h50, os manifestantes foram para a Avenida Comercial Sul. Por volta de 20h15, o ato acabou pacificamente, na altura da QSB 11.
Mesmo formado em grande parte por estudantes, durante a passeata, o movimento ganhou apoio de moradores e comerciantes da região, aplaudindo o ato. Quando os manifestantes passavam em frente ao Alameda Shopping, munidos com gritos de "ô motorista, ô cobrador. Me diz aí, seu salário aumentou?", ônibus eram buzinados enquanto cobradores colocavam a cabeça para fora da janela e sinalizavam que não.
Manifestantes se reuniram na Praça do Relógio contra o reajuste no valor das tarifas de ônibus e metrô. O ato acabou por volta das 20h15

[SAIBAMAIS]A estudante Ana Vaz, 22 anos, participa do protesto pela terceira vez e conta que recebeu a notícia do aumento da tarifa do ônibus com espanto. "Não era algo esperado, já vínhamos de um aumento recente e agora recebemos mais um em menos de dois anos. A sensação que fica é que o transporte que deveria ser público está sendo usado para faturar em cima da população", explica.

A manifestante esteve, nesta quinta-feira (5/1), em uma audiência na Câmara Legislativa, onde os movimentos sociais foram ouvidos. "Até o momento, não senti muita abertura do governo para resolver o problema. Eles querem uma troca, e não podemos abrir mão de benefícios para evitar um aumento abusivo", relata.
A estudante Ana Vaz, 22 anos, está participando do protesto pela terceira vez
Mário Cruz, 21 anos, é estudante de uma faculdade particular e conta que veio à manifestação por medo de perder o cartão do Passe Livre estudantil. "Estudo em uma faculdade particular, pois as vagas nas federais são limitadas. Já pago caro, não tenho condições de tirar mais R$ 200 por mês da minha renda para pagar a tarifa de ônibus", diz.

O primeiro ato do grupo, realizado na segunda-feira (2/1), foi organizado pelas redes sociais pelo Movimento Juntos, na Rodoviária do Plano Piloto. Os manifestantes percorrem regiões do Plano Piloto, como Eixo Monumental e W3 Sul, até dispersarem de forma pacífica. Na quarta-feira (4/1), no entanto, o protesto com 250 pessoas terminou com seis presos e cinco hospitalizados. A polícia utilizou bombas de efeito moral e gás de pimenta para dispensar os manifestantes na altura do Banco Central, no Eixo Monumental.

Aumento

A revisão tarifária estabelece um aumento de R$ 2,25 para R$ 2,50, no caso de linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50, nas passagens de coletivos de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5, nas viagens de longa distância e no metrô. Esse é o segundo reajuste referente à malha metroviária durante a gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB). Em comparação ao início de 2015, quando o chefe do Executivo local assumiu a gestão do DF, o valor da tarifa mais cara subiu 66%.
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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