Hellen Leite
postado em 09/01/2017 12:13
Mais de 2 mil vigilantes penitenciários temporários de Goiás, incluindo agentes do Entorno de Brasília, paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (9/1). O número representa aproximadamente 80% do quadro total de vigilantes penitenciários dos presídios do estado. Com a paralisação, as visitas assistidas e normais, escolta para o Fórum e entradas de advogados ficaram prejudicadas. De acordo com Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal as atividades permanecerão interrompidas enquanto não houver negociação com o governo. A categoria reivindica melhores condições de armamento e serviço, equiparação salarial com o efetivo, convocação dos concursados de 2014 e retorno do auxílio de risco de vida, que teve o valor reduzido em 30% pelo governo do estado.
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Para o presidente do sindicato, Daniel Alves de Lima, não há risco de rebelião nos presídios do estado por conta da greve. ;Os funcionários têm que temer viver com o salário de R$ 1.000, é uma situação calamitosa. Rebelião deve ser uma preocupação do estado, se ele não dá condições de trabalho, a culpa da violência é do estado;, diz. Uma assembleia para discutir a pauta da categoria está marcada para a quinta-feira (12/1), em frente ao complexo penitenciário de Aparecida de Goiânia.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás informou que a situação está controlada e que a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária conta com um plano de intervenção gerido pela Polícia Militar, caso necessário.
Crise nos presídios
Na sexta-feira, (6/1), dez presos fugiram do presídio de Alexânia (GO), a cerca de 100 km de Brasília. Eles aproveitaram o banho de sol da manhã, por volta das 9h, e pularam as paredes do presídio, segundo o major. ;Pelo que soubemos, simplesmente saíram do pátio e subiram ao teto, pulando os muros;, disse o comandante do batalhão da PM local, o major Josmar.
Nos últimos dias, a série de rebeliões e massacres nos presídios da região Norte expôs a fragilidade do sistema penitenciário brasileiro. Em Manaus, 56 detentos morreram e outros 104 fugiram, nos primeiros dias do ano. Um dia depois, 31 presos foram mortos em outra rebelião.