Justiça confirma júri de assassino confesso de Louise, aluna da UnB

Juiz do TJDFT negou recurso em a defesa de Vinícius Neres Ribeiro pedia a desclassificação do crime como feminicídio e a absolvição por ocultação de cadáver

Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio

postado em 11/01/2017 21:01

A Justiça negou recurso de Vinícius Neres Ribeiro, assassino confesso de Louise Maria da Silva Ribeiro, aluna da Universidade de Brasília (UnB), que impossibilitava julgamento do caso. A decisão unânime da 1; Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) confirmou que o acusado deverá ser submetido a julgamento popular pelo assassinato da ex-namorada. A audiência, no entanto, ainda não tem data marcada.

Vinícius recorreu de sentença do Tribunal do Júri de Brasília por homicídio quadruplamente qualificado: por motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio; além de ocultação de cadáver. A defesa pediu a desclassificação do crime como feminicídio, ao entender que ele praticou o crime "dominado por violenta emoção seguida de injusta provação da vítima". Pediu, ainda, absolvição da acusação de ocultação de cadáver, "visto que ele não teria agido com dolo ao esconder o corpo".

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O desembargador relator defendeu que cabe ao juiz o "reconhecimento de causa especial de diminuição de pena", após o réu ser condenado pelo júri popular. Além disso, não aceitou a desclassificação do crime, visto que "o feminicídio ocorrerá toda vez que, objetivamente, haja uma agressão à mulher proveniente de convivência doméstica familiar". E sobre a ocultação de cadáver, o desembargador lembrou que o acusado confessou ter ateado fogo ao corpo da vítima,"o que resultou em sua destruição parcial."

O crime

[SAIBAMAIS]Em março do ano passado, o acusado marcou um encontro para conversar com a vítima em uma laboratório da UnB. No fim da conversa, ao ser abraçado, teve o que chamou de ;ataque de fúria; e decidiu matar a garota. Ele imobilizou Louise, a obrigou a inalar clorofórmio e forçou a menina a beber o líquido. O corpo foi encontrado em um matagal próximo à instituição.

Colegas do curso de biologia teriam indicado Vinícius como suspeito. A Polícia Militar entrou em contato com ele, por telefone, e marcou um encontro para obter mais informações. Ao chegar ao local e conversar com os PMs, o suspeito ficou nervoso e acabou confessando o crime e o local onde havia deixado o corpo da estudante.