Cidades

Justiça confirma júri para esposa acusada da morte de tenente-coronel

A cunhada da vítima também passará pelo júri. As duas são acusadas de encomendar o assassinato do militar

Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio
postado em 12/01/2017 20:20
A cunhada da vítima também passará pelo júri. As duas são acusadas de encomendar o assassinato do militar
A 3; Turma Criminal do TJDFT negou recurso das irmãs Cristiana Maria Pereira Osório e Claudia Maria Pereira Osório, esposa e cunhada do tenente-coronel do Exército Sérgio Murillo de Almeida Cerqueira Filho, morto em março de 2015. As duas são rés no processo que apura o assassinato do militar. A decisão foi unânime. Outras quatro pessoas, apontadas como executoras do crime, respondem em processo separado. Todos os acusados aguardam julgamento presos preventivamente.

As rés recorreram da sentença do Tribunal do Júri de São Sebastião por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. A dupla alega a ausência de indícios acerca da autoria ou participação no crime.

[SAIBAMAIS]O desembargador relator, no entanto, registra que segundo declarações de Cláudia, "conclui-se que há indícios suficientes de que ela teve participação efetiva no delito em análise". E que esse entendimento alcançaria também a Cristiana, conforme depoimento de testemunhas ouvidas em juízo. E acrescenta: "Os depoimentos (...) fornecem indícios de que o crime tenha sido praticado mediante a promessa de pagamentos aos executores em razão da irresignação da denunciada Cristiana com o pedido de divórcio, a qual pretendia ainda obter vantagens financeiras com a morte da vítima". E concluiu que elas devem ser submetidas à apreciação do júri.

Outros quatro réus, apontados como executores do crime, respondem em processo separado pelos crimes de homicídio mediante promessa de recompensa e subtração de bens da vítima.

O assassinato

O militar foi morto com um tiro na cabeça em 16 de março de 2015 numa área rural próxima a São Sebastião, 30km de Brasília. De acordo com a Polícia Civil, o crime teria sido encomendado pela esposa de Sérgio Cerqueira, Cristiana, com a ajuda da irmã dela, Claudia. O casal estaria em processo de divórcio e a mulher, segundo relatos da polícia, não teria aprovado a pensão que receberia. Pensando nisso, ela planejou a morte do companheiro para receber a pensão de cerca de R$ 10 mil. O grupo contratado para matar Sérgio Cerqueira teria confessado o crime e revelado a participação da mulher e da cunhada dele.

Sérgio Cerqueira e a mulher visitavam um casal de amigos, na quadra 208 Norte, quando foram abordados por quatro bandidos. O grupo colocou o militar no carro e arrancou. A mulher dele ficou para trás e pediu socorro no edifício.
Com informações do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios

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