Otávio Augusto
postado em 15/01/2017 08:00
Nos 11 anos de existência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da capital federal vive sua mais grave crise. A situação desandou de tal forma que o Ministério da Saúde suspendeu os repasses mensais de R$ 817,2 mil. Com isso, o Executivo local deixou de embolsar cerca de R$ 9 milhões do governo federal nos últimos 11 meses. As pendências levaram o DF a ser excluído da lista de 19 unidades da Federação que tiveram a frota renovada pela pasta. Todos os estados do centro-oeste receberam o investimento. Se a celeuma não for resolvida, o Samu pode perder o credenciamento ministerial e sofrer sanções ainda mais severas.
Há falhas com formação de escalas, prestação de contas, manutenção dos veículos e divulgação de índices de atendimento. Além disso, a frota do DF é menor do que recomenda o Ministério da Saúde. A Portaria n; 2048 de 2002 preconiza que, para cada 50 mil habitantes, haja uma ambulância do Samu. No DF, cada veículo abrange 78 mil pessoas, ou seja, deficit de 37% ou 21 carros. A cidade conta com 38 ambulâncias, quando deveriam existir pelo menos 59. Uma pessoa morreu por falta de atendimento no ano passado (leia Memória). Por dia, o Samu recebe, em média, 2,6 mil chamadas e faz pelo menos 220 socorros no DF.
A Secretaria de Saúde admite a fragilidade do serviço. Faltam pelo menos 610 servidores e a frota é antiga e pouco econômica ; os veículos foram fabricados entre 2010 e 2014. O gasto mensal da pasta com manutenção é de R$ 180 mil. Os custos com combustível chegam a R$ 90 mil. Segundo o governo, há uma emenda parlamentar de senadores e deputados federais eleitos pelo DF para aquisição de 19 carros para este ano, mas não há data definida para a compra. ;Há um planejamento para este ano, que, se for cumprido, pode melhorar a situação. Estamos trabalhando para o credenciamento não ser cancelado;, diz o gerente do Samu DF, Rafael Vinhal.