Cidades

Policial Civil que atirou em criança na BR-070 é denunciado à Justiça

Promotoria pediu que, caso condenado, ele pague uma reparação por danos morais e materiais para a família, que seja declarado a perda de cargo público e também da habilitação para dirigir

Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio
postado em 16/01/2017 20:11
O policial civil do Distrito Federal Sílvio Moreira Rosa foi denunciado nesta segunda-feira (16/1) por três tentativas de homicídio duplamente qualificada. Ele atirou contra o carro de uma família, na BR-070, e atingiu a criança de seis anos que estava no banco de trás. A promotoria acusou o agente de tentar matar, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

O promotor pediu para que, caso Sílvio seja condenado, seja fixado um valor mínimo para reparação dos danos morais causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pela família, que não foram somente de ordem material. Ele também pediu que seja declarada a perda do cargo público de policial do DF e que Sílvio perca a habilitação para dirigir veículo.
Promotoria pediu que, caso condenado, ele pague uma reparação por danos morais e materiais para a família, que seja declarado a perda de cargo público e também da habilitação para dirigir

O crime aconteceu em 6 de janeiro, no km 35 da BR-070, no município de Cocalzinho de Goiás. De acordo com a denúncia, em determinado ponto da rodovia, que estava em manutenção, havia um revezamento de passagem de veículos, já que uma faixa da pista estava interditada. Assim, quando a família chegou próximo da interdição, o veículo de Sílvio Moreira, que até então estava parado no acostamento, entrou bruscamente na frente do carro das vítimas, para ter acesso primeiro à faixa única liberada para passagem dos motoristas.

[SAIBAMAIS]Em seguida, mais adiante, o policial reduziu a velocidade de seu carro, fechando o veículo da família para que não fosse ultrapassado. Ele chegou a reduzir a velocidade como se fosse parar na pista, ;em sinal claro de provocação;, segundo sustentado na denúncia. Não tendo outra alternativa, o pai da criança foi obrigado a ultrapassar o veículo e seguiu viagem.

Contudo, o agente, indignado com a situação, foi ao encontro do veículo das vítimas em alta velocidade, tentando uma nova ultrapassagem, mas apenas conseguiu se aproximar do carro. Neste momento, o policial civil efetuou, em direção da traseira do carro da família, cerca de três disparos, atingindo as costas do menino, que estava na parte de trás do veículo em uma cadeirinha de segurança.
Promotoria pediu que, caso condenado, ele pague uma reparação por danos morais e materiais para a família, que seja declarado a perda de cargo público e também da habilitação para dirigir

Para o promotor, Sílvio ;assumiu o risco de produzir o resultado de morte não apenas quanto à criança, mas em relação também aos outros dois ocupantes do veículo, os quais não foram atingidos por circunstâncias alheias à vontade do denunciado;.

Ao perceber que Luís Guilherme tinha sido atingido, o pai parou o carro para prestar socorro ao filho e viu que Sílvio também parou o seu veículo. Neste momento, o pai o advertiu aos gritos e de forma desesperada, assim como sua mulher, que os disparos haviam atingido a criança. Ambos acharam que o filho estava morto.

Ao perceber a gravidade do fato e com o receio de ser detido ou até mesmo linchado por pessoas que passavam pela pista, o policial entrou rapidamente em seu carro e saiu do local em direção a Águas Lindas.

A criança foi levada pelos pais para o Samu de Águas Lindas, onde recebeu os primeiros socorros e depois transferido para o Hospital de Base de Brasília, local em que ainda permanece na UTI. Sílvio, por sua vez, foi encontrado por policiais e pelo pai do menino em uma estrada de chão, vestido com uma camisa da Polícia Civil, distintivo e uma arma de fogo em punho. Ele foi preso em flagrante.
Com informações do Ministério Público do Estado de Goiás

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