A necessidade de manter as portas dos estabelecimentos abertas e a demora da perícia da Polícia Civil fez com que comerciantes vítimas de furtos interferissem em cenas de crimes. Diante da lentidão nos serviços, empresários do Recanto das Emas se viram obrigados a consertar as fechaduras arrombadas e limpar os locais para manter os serviços. O problema se repetiu ao menos duas vezes esta semana, na Quadra 103/104 da região administrativa.
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No mais recente caso de furto no endereço, três criminosos invadiram a empresa de festas Visual Fest. O local já tinha sido roubado antes. Mas, de acordo com Adriana Alves de Souza, 38 anos, funcionária, dessa vez o prejuízo foi maior. ;Já fizeram pequenos furtos, mas como eram materiais que não usávamos muito, demoramos perceber. Dessa vez levaram uma televisão de 96 polegadas, um notebook e um celular; relata.
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Um registro da das câmeras do circuito interno da madrugada de quarta-feira (18) mostra o momento em que um dos criminosos abre a porta de vidro. O homem que vestia roupas brancas, sandálias escuras e um boné fica no local por aproximadamente 4 minutos e sai com um objeto na mão. Quase uma hora depois, um homem e uma mulher entram, retiram a televisão da parede e saem.
Funcionários suspeitam que um pé de cabra tenha sido usado para danificar o portão de metal. De acordo com Adriana Alves, um boletim chegou a ser registrado, mas, até o início da tarde desta sexta, a perícia ainda não tinha sido feita no local. Para não deixar o estabelecimento vulnerável à entrada dos bandidos, o dono decidiu soldar o portão e trocar a fechadura da porta de vidro, o que pode inviabilizar o trabalho dos peritos.
Para Adriana a sensação de insegurança é constante. ;Eu me sinto totalmente insegura tenho medo de vir trabalhar e de ficar aqui dentro. Quem entra pode ser cliente ou gente que vem pra observar; lamenta a funcionária.
"Muito sangue"
Uma distribuidora de bebidas na região também foi alvo dos bandidos e da demora da perícia da Polícia Civil. A PJ Distribuidora, que fica ao lado do salão de festas foi invadida por criminosos na madrugada de terça (17). Do local os bandidos não chegaram a levar dinheiro, mas saíram com bebidas caras e caixas de cigarro.
A balconista do local, Kelly de Oliveira Pereira, 20, conta que quando chegou ao trabalho pela manhã, os vizinhos disseram ter ouvido barulhos suspeitos. Ela acreditou tratar-se apenas de uma tentativa já que o estabelecimento conta com grade de proteção e cerca elétrica. Ao entrar na loja, no entanto, a funcionária se deparou com um imenso buraco no forro, dentro do banheiro muito sangue espalhado pelo chão.
Em nota a Polícia Civil informou que "as perícias são feitas por uma ordem de prioridade e podem demorar por causa do baixo efetivo de servidores. No cado da PJ Distribuidora, o local não foi preservado, portanto fez-se inidôneo para realização de exame pericial. No caso do salão de festas, foi solicitada perícia." O caso é investigado pela 27; Delegacia de Polícia.