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Bloco de metaleiros se prepara para agitar o carnaval de Brasília

Quem disse que carnaval é feito só de samba, frevo, marchinhas e outros ritmos típicos da época? Um grupo de amigos leva, pelo oitavo ano consecutivo, o rock`n`roll para a festa brasiliense. O Populares em Pânico espera reunir 1,5 mil foliões

Luiz Calcagno
postado em 21/01/2017 06:30 / atualizado em 17/09/2020 11:15

Quem disse que carnaval é feito só de samba, frevo, marchinhas e outros ritmos típicos da época? Um grupo de amigos leva, pelo oitavo ano consecutivo, o rock`n`roll para a festa brasiliense. O Populares em Pânico espera reunir 1,5 mil foliões

O que o carnaval de rua da capital federal tem a ver com bandas de rock clássicas como Deep Purple, Black Sabbath ou Led Zeppelin? A resposta causa espanto naqueles que não conhecem canções como Smoke on the water, da primeira banda, Paranoid, da segunda, ou Stairway to heaven, da terceira. E surpreende os que ainda não captaram o espírito rebelde brasiliense, que trouxe à tona talentos como Renato Russo e Hebert Vianna. A palavra é: tradição. Pelo oitavo ano consecutivo, religiosamente, o bloco Populares em Pânico faz as ruas da Asa Norte tremerem sob o som do metal e do hard rock. Agrada a curiosos e fãs do estilo, justamente durante as festividades de Momo, tão propícias a sambas, frevos, marchinhas e outros ritmos populares.

[SAIBAMAIS]A ideia começou em 2010, quando o músico e professor da Secretaria de Educação do DF Leonardo Krieger, mais conhecido como Leo Krieger, decidiu que sairia com os amigos para comemorar o carnaval brasiliense sob o ritmo das bandas prediletas do grupo. A receita: uma bateria de carro, um aparelho de som, uma porta, quatro rodas, pendrive com uma seleção pesada, isopor, cerveja, camisas com a imagem do Batman sem cabeça, 15 pessoas e um trajeto pré-definido ; da 304 à 310 Norte. A diversão estava garantida. ;Esse era o bloco. Tínhamos cerveja, mas só pra gente;, recorda Krieger. Qual não foi a surpresa dos organizadores quando moradores das quadras começaram a gritar das janelas, descer dos blocos, cruzar os pilotis e acompanhar a agremiação.

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A história, porém, começou um pouco mais cedo. ;Duas semanas antes, para ser mais preciso. Estávamos em um churrasco, sem nada para fazer quando chegasse o carnaval, e uma amiga disse que faria camisetas para sair pela rua em um bloco pessoal. Decidimos fazer algo parecido. Fizemos as camisetas, peguei a bateria do meu carro e ligamos em um som portátil. No segundo ano, procuramos a ajuda de Thiago Freitas, o Homem da Marreta, e a coisa pareceu gigantesca. Tínhamos até um carro de som;, conta. Para Leo Krieger, o Populares em Pânico tem responsabilidade histórica. ;Fazemos isso pelo rock;n;roll, que fica sem espaço nesta época do ano. Temos boas bandas na região, que só conseguem reconhecimento quando saem;, explica.
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Para a edição de 2017, Leo Krieger e os amigos contrataram um trio elétrico e estão montando um grupo composto por músicos de diversas bandas de rock da capital. Para bancar o evento, eles abrem a carteira e também contam com alguns apoiadores e a arrecadação da venda de kits com camiseta e copo. Com uma clara referência ao monstro da ficção científica Alien, criado pelo cineasta Ridley Scott e Dan O;Bannon, o tema do Populares em Pânico, neste carnaval, será O oitavo metaleiro. Em vez do trajeto tradicional, no entanto, eles ficarão parados no gramado da 310/311 Norte, com uma estrutura digna de velhos roqueiros, com música selecionada, espaço para cantar, bater cabeça e, também, para cuidar dos filhos, que se divertirão com brinquedos infláveis. ;Estamos resgatando o orgulho de ser roqueiro em Brasília;, garante.

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