Deborah Fortuna
postado em 23/01/2017 06:04
Atitudes solidárias são itens praticamente obrigatórios nas listas de resoluções de ano-novo. Tão comuns como a dificuldade de tirar a promessa do papel. Os meses passam e muitos continuam sem contribuir com ações sociais ou dedicar parte do tempo para alguma instituição que carece de auxílio. Às vezes, a dificuldade é justamente não saber como ajudar, não conhecer os lugares que precisam, nem reconhecer os projetos com os quais se identifica.
No caso de Joana Jeker dos Anjos, foi a dor que virou solidariedade. Após passar por uma mastectomia e sentir as dificuldades que as mulheres nessas condições passam devido à pouca oferta de cirurgias de reconstrução demama, ela decidiu fundar a Recomeçar ; Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília. A ideia é a que o próprio nome sugere: um recomeço para as pacientes. Assim, a ONG acolhe, orienta e promove ações que resgatam a autoestima durante as etapas da reconstrução. ;Nossa missão é tentar fazer com que essa paciente volte a fazer as coisas que deveria mesmo durante o tratamento;, explicou.
Para isso, a ONG tem vagas abertas permanentemente para quem quiser ser voluntário. Os trabalhos variam de acordo com o que o interessado tem a oferecer. Há desde profissionais com experiência na área médica ou psicológica até pessoas que podem ajudar de outras formas, como fotógrafos. Destaque também para os chamados tatuadores de autoestima, que costumam cobrir as cicatrizes que marcam a pele durante o processo de retirada da mama. ;Precisamos informar que existe essa possibilidade de ajudar essas mulheres e falar do trabalho que é feito;, comenta a presidente e fundadora da instituição Recomeçar sobre a importância de divulgar os projetos.
Outro exemplo de trabalho é o Projeto Integrado Meninos do Vale (Primev), que oferece oficinas para crianças, adolescentes, adultos e idosos dentro de uma casa verde no Vale do Amanhecer, em Planaltina. Funcionando desde 2012, a ideia era transformar o lugar em que eles vivem com a ajuda de voluntários que ofereçam cursos gratuitos para pessoas de todas as idades. Natasha Barros Cardoso, de 30 anos, trabalha na coordenação da instituição e conta que eles sempre estão abertos para receber novos parceiros. ;Essa vaga vai sempre estar disponível, porque muitas vezes alguém se voluntaria, depois acaba não podendo permanecer por motivos pessoais, e a gente precisa substituir por outra pessoa;, conta.
De acordo com ela, o Primev depende integralmente da solidariedade alheia. Qualquer pessoa pode oferecer um curso e dar aulas. Atualmente, o projeto oferece dança, ginástica, teatro, artesanato, línguas estrangeiras e reforço escolar. Wesley Fonseca Moreira, de 27 anos, é voluntário do projeto há quase um ano e é professor de artes marciais e coreógrafo. Mas, quando precisa ajudar com outra coisa, ele também está disposto a colocar a mão na massa. ;É um lugar muito bacana, é muito importante você tentar fazer a diferença;, explica.