Isa Stacciarini
postado em 25/01/2017 06:00
Em 55 anos de Brasília, as escolas de samba candangas desfilaram 50. Amargando o esquecimento nos últimos três anos, as agremiações lutam para manter as portas abertas em meio a dívidas e falta de investimento. Para 2017, a sugestão do governo é que elas façam apresentações das baterias nas ilhas em que os blocos carnavalescos se reunirão. Seriam montados espaços no Taguaparque, Ceilândia Centro e no Plano Piloto para integrar os sambistas à folia das agremiações de rua. A partir de março, as escolas vão participar de um seminário para pensar o carnaval de 2018.
A última vez que os carnavalescos enfrentaram crise semelhante foi nos anos de 1994 e 1995, nos governos de Joaquim Roriz e Cristovam Buarque. Na época, também não houve desfile. A última verba repassada pelo governo ocorreu no carnaval de 2014, quando 19 escolas receberam R$ 5,9 milhões (veja quadro). Desde então, elas nunca mais contaram histórias de samba na avenida. Para piorar, as agremiações devem aproximadamente R$ 2,5 milhões a fornecedores contratados para fazer o desfile de 2015, que nunca ocorreu.
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São mais de 100 profissionais de Brasília, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, entre coreógrafos, carnavalescos, desenhistas, estilistas, costureiras e serralheiros, que esperam receber o pagamento pelos serviços prestados. O problema é que as agremiações confiaram no dinheiro prometido, em julho de 2014, pelo então governador Agnelo Queiroz (PT), que aprovou o projeto para o carnaval do ano seguinte, com repasses previstos de R$ 6.351.520. A primeira parcela, de 50%, era para ter sido paga em outubro de 2014, ainda na gestão do petista, e a outra metade, em janeiro de 2015, no início do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), mas o dinheiro nunca chegou.