Jornal Correio Braziliense

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Com 56 anos, Brasília tem blocos que passam geração para geração

Ano após ano, eles ajudam a consolidar o carnaval da cidade, com um perfil que vai do tradicional ao alternativo



Apesar da pouca idade, Brasília tem blocos de carnaval que atravessam gerações. São décadas de luta para conseguir colocar os brincantes na rua. Hoje, a cidade se destaca por oferecer opções de folia para todos os gostos ; do brega ao frevo, do rock ao samba, tudo misturado nas largas avenidas da capital. E não há nem tempo ruim que atrapalhe o festejo.

A chuva, que costuma aparecer no pré-carnaval do Suvaco da Asa, nunca impediu que o bloco deixasse de trazer alegria e muita música para os foliões. De acordo com um dos diretores do bloco, Pablo Feitosa, 43 anos, a expectativa para este ano é que de 80 mil a 100 mil pessoas se encontrem em frente à Funarte, no sábado, 11 de fevereiro ; duas semanas antes do feriado. ;Nós esperamos o ano inteiro por essa data;, afirma.

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[SAIBAMAIS]Em 2017, uma novidade: o bloco vai fazer uma homenagem em seu 12; desfile, mas o tema ainda é surpresa para o público. Além disso, a orquestra popular Marafreboi, o grupo Patubatê e a banda Maria Vai Casoutras são algumas das atrações musicais que farão o frevo rolar no gramado do Eixo Monumental. E Pablo Feitosa convoca todos os foliões a levarem muita alegria para a rua. ;Vá sempre com amor no coração, sem preconceitos, fantasiado e com muita energia para pular e dançar;, diz. Para o organizador, o carnaval em Brasília tem crescido muito, e com boa qualidade, tanto de música quanto de organização. ;O Suvaco era o único bloco de pré-carnaval, mas agora há muitos na rua. E isso alegra muito quem faz carnaval.;

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Romildo de Carvalho Júnior concorda. Há 25 anos, ele e a família não puderam sair de Brasília para curtir o carnaval no famoso bloco Galo da Madrugada, no Recife. Resolveram, então, trazer o frevo pernambucano para a capital do Brasil. O que começou com 102 pessoas frevando ao som de Alceu Valença se transformou no tradicional Galinho de Brasília. Este ano, a estimativa é que 100 mil pessoas acompanhem o trio no Setor de Autarquias Sul, em 25 e 27 de fevereiro, sábado e segunda de carnaval. ;Não é como no primeiro ano, quando a gente gravou umas quatro fitas do Alceu Valença, foi para a rua e fez o carnaval. Hoje, temos uma orquestra de frevo;, conta Romildo.

Para a família dele, a data é especial. São três gerações que passaram pelas preparações do bloco. Eles começaram como um grupo de amigos e agora criam filhos e netos dentro do trio. E é por esse apego que eles ainda lutam fielmente para continuar a colocar o bloco na rua. Neste carnaval, recebem ajuda de todos aqueles que podem contribuir com qualquer quantia. ;Aumenta o público e fica cada vez mais difícil sair;, conta Sérgio Brasiel, também um dos fundadores.

Além disso, segundo Miriam Brasiel, pioneira do Galinho, a ideia é que eles consigam apoio suficiente para viabilizar o bloco Pintinho de Brasília, das 12h às 15h, voltado para o público infantil. A proposta surgiu justamente da necessidade de valorizar as crianças, que costumam comparecer à festa em peso. ;A gente pensou que já é o momento de criar algo específico para a garotada;, explica Miriam.

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