Cidades

GDF excede valor máximo da LRF para despesas com folha de pagamento

Ao desobedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal, gestão está proibida de fazer contratações e dar aumento aos servidores

Flávia Maia
postado em 31/01/2017 06:00
Relação do GDF com os servidores está cada dia mais deteriorada
As despesas com pessoal continuam uma pedra no sapato na contabilidade do governo de Rodrigo Rollemberg. Por mais um ano consecutivo, o GDF desobedeceu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e não conseguiu sair do limite prudencial de gastos com a folha de pagamento. Desde janeiro de 2015, o Executivo excede o valor estabelecido e fechou o último quadrimestre de 2016 gastando 46,82% da receita com salários ; a lei permite apenas 46,55%. O não cumprimento das metas estabelecidas pela LRF deixa o governo local proibido de promover seleções públicas, de conceder aumento para os servidores e de fazer qualquer tipo de contratação.

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O que intriga especialistas é a dificuldade do governo em diminuir os custos de pessoal, mesmo com as medidas de austeridade anunciadas pelo GDF, como congelamento de reajustes salariais e diminuição de comissionados. Em um comparativo do último quadrimestre de 2015 e de 2016, houve aumento de 7,8% nas despesas com servidores públicos, mesmo com todos os cortes.

Além disso, a arrecadação em 2016 cresceu, o que daria uma folga a mais na conta porque a LRF é atrelada ao orçamento. Entretanto, nem mesmo o incremento de 9,12% na arrecadação local ; fruto, principalmente, do aumento de impostos como ICMS e IPVA ; foi suficiente para cobrir o deficit gerado pelos custos com salários.

Na opinião do professor de administração pública da Universidade de Brasília José Matias-Pereira, embora anuncie austeridade, o GDF ainda é um estado de excessos. ;São inúmeras secretarias, administrações regionais, empregos públicos. É preciso combater os desperdícios e enfrentar a corrupção;, alerta.

Até conseguir deixar o limite prudencial, a guerra entre o Executivo e as categorias profissionais deve continuar, em especial com os servidores da saúde e da educação. Na análise do professor de economia da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli, a situação é muito ruim para a gestão Rollemberg, que fica fragilizado. ;A relação do governador com as categorias está deteriorada. Nem mesmo os aumentos já concedidos estão sendo implementados. É uma situação complicada porque, nem assim, ele consegue diminuir os custos com salários.;
Ao desobedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal, gestão está proibida de fazer contratações e dar aumento aos servidores

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