O servidor do Senado Federal Argos Madeira da Costa Matos, 57 anos, se entregou na 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte), na tarde desta terça (31/1). Ele é suspeito de matar a tiro o empresário Eduardo Montezuma Alves de Lima, 42, após uma discussão em um bar, no fim da noite de domingo (29). Argos prestou depoimento e responderá ao inquérito em liberdade. Na casa do suspeito, foram encontradas duas pistolas calibre 380.
De acordo com o delegado Laercio Rossetto, após o crime, Argo viajou para Pirenópolis (GO). A polícia entrou em contato com o advogado dele e estabeleceu o prazo para o servidor se entregar. O homem compareceu à delegacia dentro do prazo, confessou o crime e alegou legítima defesa. "Ele está sendo indiciado por homicídio qualificado, e estamos aguardando informações para saber se a licença da arma estava vencida", alegou Rossetto. Argo foi liberado às 18h10 e saiu, no carro do advogado, no banco do carona, de cabeça baixa.
A 2; DP realizou, ainda, buscas na residência do suspeito, onde foram encontradas duas pistolas, calibres 380, com registros vencidos. Ambas as armas foram apreendidas e serão encaminhadas para exame pericial. A delegacia prossegue na apuração do crime. O delegado analisará todas as circunstâncias do fato, os depoimentos de testemunhas e imagens obtidas no local do crime.
Leia mais notícias em Cidades
O crime aconteceu na 312 Norte. A vítima e o suspeito se desentenderam em um bar da comercial. Argo estava no estabelecimento acompanhado de amigos, entre eles, Debora Martins, 47, ex-mulher de Eduardo. O casal ficou junto por 12 anos e teve uma filha. A discussão entre Argos e Eduardo começou no Chiquinho;s Bar. Segundo consta na ocorrência, o ex-companheiro da mulher esteve no local para saber por que ela não atendia aos telefonemas dele.
Argos não estava na mesa quando os ex-companheiros começaram a discutir. Quando voltou, Eduardo questionou quem era o homem, que respondeu: ;Minha irmã;. O empresário não gostou e deu um empurrão no servidor. A discussão continuou do lado de fora, até que Argos sacou uma arma e atirou em Eduardo, fugindo em seguida.
Debora contou à polícia que conheceu o técnico legislativo do Senado há uma semana, em Rio Branco (AC). Segundo ela, Eduardo era ciumento e se separou dele em dezembro de 2016. A versão dela, no entanto, é contestada pela namorada da vítima. A funcionária comissionada da Câmara dos Deputados Jessiane Alcântara, 32 anos, disse que se relacionava com o empresário havia três anos.
Segundo Jessiane, Eduardo e Debora tinham se separado há dois anos. ;Quem terminou o relacionamento foi ele, porque me conheceu. Fazia mais de 25 dias que ele não ligava o celular, porque ela tentava voltar e não aceitava o fim do relacionamento;, contou. Ela tem uma casa na Granja do Torto, mas passava mais tempo na residência de Eduardo, na 715 Norte, onde também moram os pais e a irmã dele.
Enterro
O enterro de Eduardo Montezuma ocorreu às 16h30 desta terça-feira (31), no cemitério do Campo da Esperança, na Asa Sul. No momento do sepultamento, familiares e amigos se despediram com uma salva de palmas, mas não esconderam a revolta. ;Ele nunca demonstrou ser ciumento ou agressivo, era um pai trabalhador e muito bom;, diz Marília Leite, amiga da família.
A ex-mulher, Débora Martins, não compareceu ao funeral. Um amigo de infância, que não quis se identificar, culpou a mulher pelo caso. ;Eles terminaram há muito tempo, mas ela continuava atrás dele o tempo todo, essa versão dela está muito mal contada;, relatou.