Flávia Pacheco*
postado em 03/02/2017 16:07
Foi a partir de uma brincadeira entre amigos e familiares que o grupo Volta por cima nasceu, 11 anos atrás. O samba de raiz é a pegada dessa galera, que vive a música com paixão diariamente. Os fundadores são Márcio Moreno e Bruno Norris, dois amigos das antigas, que foram agregando novos componentes ao longo dessa jornada. "Tudo começou na informalidade mesmo. Nos reunimos na casa de amigos, no clube e depois no futebol. As coisas foram ficando cada vez mais sérias e começamos a nos encontrar para tocar com mais frequência. Quando percebemos, estávamos tocando em barzinhos", explica Bruno. Os outros integrantes da trupe, Alexandre Peçanha, Edney Navarro, Léo Santos e Vinícius Nascimento chegaram aos poucos, por intermédio de Márcio. Hoje, o grupo caminha para uma nova rotina, de shows e agenda cheia.
O grupo foi batizado por Bruno. "Quando as coisas foram ficando mais sérias, percebemos que precisávamos oficializar o negócio. E na época, vários integrantes do grupo estavam com diversos problemas. Era cada um ali, com seu perrengue. No fundo, cada um estava tentando dar a volta por cima na vida; disse Noris.
[SAIBAMAIS] Cada integrante tem uma história de amor com o samba. Algo muito íntimo, que fez com que se aproximassem de algum instrumento musical. Márcio Moreno, por exemplo, teve um vizinho que serviu como guru inspirador. "Ele tocava vários instrumentos e eu me encantava vendo ele e o filho tocar. Então comecei a me aventurar com o pandeiro e o surdo. Fui estudar e entrei no grupo Coisa Nossa, onde fiquei por 21 anos. Hoje sou Volta por cima;, explica.
Outros, tiveram influência familiar, como Alexandre, o que comanda nos vocais. "Meu pai gosta muito de samba. Na verdade, ele ama samba. Além dos estudos, minha mãe me colocou pra fazer escola de música e fui me direcionando para alguns instrumentos. Participei de coral de igreja, depois da banda do Marista, mas não tinha nada sério. Até que um dia fui convidado para tocar em um churrasco. Nesse dia ganhei R$ 30 e comi muita carne de graça (risos). Percebi que gostava de fazer aquilo. E assim, as coisas foram acontecendo", explica o vocalista, que também já teve uma banda nos Estados Unidos, onde tocava MPB. Quando voltou para Brasília, retornou ao samba.
;A música ela é um braço e uma perna para todo mundo, porque ajuda em momentos que você não espera, e acaba tornando-se uma parte sua. Une as pessoas. Não vivo sem;, conta Márcio.
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As primeiras apresentações da banda foram tranquilas. As dificuldades, é claro, existiam, mas não foi motivo para desistir. "Todos aqui vieram para somar", explica Alexandre. "Às vezes, quando sai uma música nova, temos que correr pra aprender. É difícil termos um convívio semanal", disse Alexandre. A escolha do repertório, definitivamente, gira em torno do samba. "A banda nasceu e cresceu estudando o samba de raiz. Procuramos saber o que era mais tradicional e o que tinha mais empatia com o público;, explica.
Hoje em dia, o Volta por cima não tem local fixo para tocar. Rodam casas de show de Brasília e fazem apresentações em eventos particulares também. "Aniversários, casamentos... É só entrar em contato conosco, no nosso facebook", recomenda Bruno.
* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli