Otávio Augusto
postado em 05/02/2017 08:00
As vacinas chegam em uma caixa térmica de isopor. A pilha de cartões de vacinação na mesa de atendimento do Posto de Saúde Rural de Jardim Dois, no Paranoá, distante 90km do Plano Piloto, revela a corrida pela imunização. A população teme a disseminação de uma doença grave: a febre amarela. Para se ter dimensão da procura, em quatro dias, 624 pessoas receberam doses do insumo e 1.064 cartões passam por atualização ; 59% da população que procurou as salas de imunização precisavam, de fato, ser vacinadas. Os habitantes de áreas próximas à mata ou de zona rural fazem parte do grupo mais exposto ao vírus. A ação de combate da Secretaria de Saúde, iniciada pelo Paranoá, deve se estender por oito comunidades e atingir 30 mil pessoas. Esta semana, o mutirão chega à área rural de São Sebastião.
A dose é disputada. De 179 pacientes, 146 se vacinaram contra a febre amarela em Jardim Dois. No povoado de Café sem Troco, 130 pessoas receberam a proteção. Lá, a tensão aumentou após a morte de um homem de 40 anos vindo de Januária, no começo do mês. Parentes dele alugaram um ônibus e participaram do velório no município mineiro afetado pelo surto da doença. Agentes de saúde comprovaram que nem todos os integrantes da família estavam imunizados.
A zona rural do Paranoá é a segunda maior do DF ; perde apenas para a de Planaltina. Na quarta-feira, moradores de chácaras e sítios, lavradores das fazendas e uma infinidade de gente se aglomeraram em frente ao Posto de Saúde Rural de Jardim Dois. A estrutura, um prédio de 1982, não comportou a demanda e muita gente esperou em filas do lado de fora. Normalmente, de oito a 15 pessoas procuram o endereço para se imunizar. Durante o mutirão, passaram mais de 320.