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GDF pede R$ 50 mi à União para obra no lago que deve conter crise hídrica

Ideia é que seja construída um flutuante de captação para retirar 700 litros de água por segundo do Lago Paranoá

Otávio Augusto
postado em 06/02/2017 18:24
Para sanar a grave crise hídrica que a capital federal enfrenta, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), pediu ajuda ao Ministério da Integração Nacional. O socialista quer R$ 50 milhões para a construção de uma balsa provisória no Lago Paranoá. A obra duraria seis meses e poderia contribuir com até 700 litros por segundo de água para as regiões afetadas pelo racionamento.

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Rollemberg esteve nesta segunda-feira (6/2) com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, para alertá-lo sobre o colapso que os brasilienses enfrentam: a Barragem do Descoberto está com níveis baixos e sua recuperação ainda é incerta. Barbalho destacou que vai priorizar os projetos do DF, mas fechou um valor de investimento.

"O mais importante é reconhecer o estado de emergência que o DF passa pela escassez da água. O passo adiante é receber o planejamento do estado para ser analisado", disse o ministro, no final da reunião. O Palácio do Buriti disse que até o fim da semana deve entregar o texto que detalha a obra. Barbalho tem mais pressa. "Isso deve ser feito em até 48 horas", brincou com o governador.

Flutuante nas águas do Paranoá


A ideia de Rollemberg é colocar um flutuante no Lago para sugar a água diariamente. A captação seria feita por mangueiras que encheriam contêineres. A água seria tratada pela Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb).

"É uma obra possível de ser feita em 180 dias. Essa é uma medida emergencial. Estamos buscando alternativas para aliviar os meses mais secos, sobretudo a partir de julho", ressaltou Rodrigo Rollemberg. A intenção é que até o fim do ano a estrutura esteja em funcionamento. O dinheiro usado nesse projeto faz parte do fundo de Ações de enfrentamento à seca da Defesa Civil.

[SAIBAMAIS]Mais que estancar a crise, o Buriti que estreitar as relações com o Ministério da Integração Nacional de modo que a pasta ajude o Executivo local com dinheiro, projetos e financiamentos bancários. Exemplo disso é o Sistema de Abastecimento de Água com captação no Lago Paranoá ; alternativa discutida desde 2013. A estrutura poderia retirar até 2,8 mil litros de água do Paranoá por segundo.

A obra, segundo Rollemberg, está licitada e custaria R$ 400 milhões. Não seria uma medida para efeito de curto prazo: a empreitada duraria ao menos quatro anos. "Com a crise financeira o projeto foi interrompido. O governo federal emprenhou somente R$ 36 milhões", comentou o socialista.

Racionamento sem data para acabar


Ainda não há prazo para a situação ser normalizada. Rollemberg não diz até quando o racionamento vai durar no DF ou se será ampliado para toda cidade, mas destaca que a medida está ligada intimamente ao nível da Barragem do Descoberto. "[O fim do racionamento] vai depender da quantidade de chuvas e das obras que estamos fazendo para aumentar a capacidade do Descoberto", ponderou.

Questionado se a restrição não seria uma ação política, o governador rebateu com uma negativa: "Todas as medidas de possível racionamento tem caráter técnico. O governo trata isso com o máximo de responsabilidade e transparência. Estamos tentando acelerar recursos e financiamentos", respondeu.

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