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Força Nacional não ajudará mais no reforço da segurança em Luziânia

O Governo de Goiás retirou o pedido enviado ao Ministério da Justiça por considerar que tem capacidade para lidar com a violência da cidade com tropas goianas

postado em 07/02/2017 10:30
A secretaria de Segurança Pública de Goiás voltou atrás e disse que o governo não vai usar a Força Nacional em Luziânia (GO), localizada no entorno do Distrito Federal. O governador Marconi Perillo chegou a solicitar, na sexta-feira (3/2), ao ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, apoio da Força Nacional de Segurança nas ações de combate à criminalidade na região depois de ser procurado pelo prefeito da cidade, Cristóvão Tormin. Mas após consulta à Secretaria de Segurança Pública e Administração do Estado de Goiás (SSPAP-GO), houve o entendimento de que tropas goianas são suficientes para atender às demandas do município e de toda a região.
O governador determinou o envio das forças especiais da Polícia Militar de Goiás. ;Homens do Comando de Missões Especiais (CME), formado pelo Grupo de Radiopatrulha Aérea (GRAer), Batalhão de Operações Especiais (Bope), Regimento de Polícia Montada (RPMont), Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) e Batalhão de Choque, atuarão para atender a demandas de alta complexidade na região;, ratificou. Perillo requisitou, ainda, urgência máxima na apuração de crimes mais graves, como homicídios. Ainda sobre o pedido do prefeito Cristóvão Tormin, o governador revelou que para conter a onda de violência, ;será inaugurada em breve uma unidade da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), da Polícia Militar, na região do Entorno do DF, e que terá Luziânia;.

[SAIBAMAIS]Perillo enfatizou que o governo de Goiás aplica cerca de 12,5% do orçamento anual do estado nas políticas de combate e prevenção à criminalidade, valor inferior somente ao empregado nos programas na área da educação. O governador afirmou, também, ;que os índices de violência vêm caindo e que o município de Luziânia vive uma situação especial que será enfrentada com ações ostensivas e preventivas a partir de uma atuação coordenada para garantir a tranquilidade da população;.

Em levantamento da gerência do observatório de segurança pública de Goiás, houve uma queda do número de homicídios, em 2016, ao confrontar as apurações do ano anterior. Ao longo do ano de 2015, foram 150 registros de homicídios. Durante todo o ano passado, foram 140.

Ainda de acordo com a secretaria de segurança pública de Goiás, em janeiro deste ano, o índice de homicídios aumentou 228,57%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em 2016, a cidade contabilizou sete ocorrências. Neste ano, foram registrados 23 homicídios durante todo o mês de janeiro.

Violência

Três crimes assustaram os moradores de Luziânia neste ano. Na madrugada de 1; de fevereiro, criminosos explodiram caixas eletrônicos de uma agência do Banco do Brasil (BRB) na cidade. A explosão foi tão forte que o teto da agência cedeu. O crime assustou os moradores, que registraram vídeos com som de tiros e das explosões.

Em 21 de janeiro, um corpo sem cabeça foi encontrado na Vila Juracy em uma estrada de terra que dá acesso à barragem em construção. Segundo a polícia civil de Goiás (PCG), além de ter sido decapitada, a vítima ; que seria um homem ; tinha marcas de cortes pelo corpo.

Cinco dias depois, em 26 de janeiro, um adolescente de 15 anos foi morto a tiros na frente da casa onde morava na cidade. Josué Morais da Silva estava jogando futebol quando dois homens em um carro chegaram atirando. A polícia trabalha com a hipótese de que o jovem teria sido confundido com outra pessoa.

Força Nacional

A Força Nacional de Segurança Pública foi criada, em 2004, para atender às necessidades emergenciais dos estados, em questões onde se fizerem necessárias a interferência maior do poder público ou for detectada a urgência de reforço na área de segurança. Ela é formada pelos melhores policiais e bombeiros dos grupos de elite dos estados, que passam por um rigoroso treinamento no Batalhão de Pronta Resposta (BPR).

A Força Nacional foi requisitada pelo estado de Goiás em setembro de 2013, quando havia mais de 2 mil inquéritos não solucionados de homicídios que ocorreram até 2008. O apoio às autoridades goianas foi prorrogado até julho de 2016, quando mais de 40 homens deixaram o estado.

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