postado em 08/02/2017 14:06
Ainda abalada com a situação, a mãe do bebê de um mês de vida que foi sequestrado em Samambaia relembrou os momentos de tensão. Alessandra Ferreira, 34 anos, disse que pensou que nunca mais veria a menina. "Fiquei desesperada. Só pensava em encontrar minha filha. Agora, graças a Deus, está tudo bem. Espero que a responsável permaneça presa."
[SAIBAMAIS]Alessandra, que tem outros três filhos, havia deixado a bebê com a acusada, Francisca das Chagas, na manhã desta terça-feira (7/2), para resolver algumas pendências com relação ao registro da filha no Hospital Regional de Samambaia (HRSAM). Ela já tinha o hábito de deixar a menina com a mulher, porém pouco menos de uma hora, ao retornar para casa, a criança e a suspeita haviam sumido.
Do local, havia sido levada a mala com algumas roupas da pequena. "Ela tinha comentado que viajaria para o Mato Grosso do Sul. Lembrei disso e fiquei desesperada. Primeiro, fui ao terminal rodoviário de Samambaia, e depois para o de Taguatinga. Ela estava lá com a minha filha no braço, esperando um ônibus sair para o Maranhão. Senti alívio e revolta ao mesmo tempo", relembra a mãe.
Francisca, que é do Maranhão, estava hospedada na casa da irmã, que mora no mesmo lote de Alessandra há pelo menos 15 dias. Segundo a mãe, desde que chegou a Brasília, Francisca se oferecia para olhar a menina quando necessário. "Ela convivia conosco. Não pensei que seria capaz de uma atitude dessa." A irmã, que não quis se identificar, disse que Francisca estava passando alguns dias com a família do DF para tentar superar a separação recente do marido. "Fiquei surpresa com isso que ela fez. Quando percebemos que ela tinha levado as malas, a primeira atitude foi olhar na rodoviária. Ela tinha se separado há pouco tempo, e tinha deixado um filho dela com minha mãe no Maranhão".
Localização
Francisca foi localizada com a bebê em um terminal rodoviário de transporte pirata em Taguatinga. Lá, teria dito que esperava uma amiga, pois estaria perdida. "Na mesma hora pensei em levar ela imediatamente para a delegacia. Não acreditei nessa justificativa dela", relembra Alessandra. Na 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga), a mulher justificou que criou afeto pela criança, e que a intenção era levá-la para ser criada com o ex-marido no Maranhão. Na mala de Francisca havia roupas da criança e algumas porções de alimento. "Como ela tinha o costume de ficar com a bebê, havia algumas roupinhas com ela".
Depois do resgate, a bebê foi levada para atendimento médico no hospital da cidade, porém foi liberada logo no início da noite. Francisca Chagas está presa e responderá pelo crime de subtração de incapaz, cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão.