Deborah Fortuna
postado em 09/02/2017 06:00
A volta às aulas na rede pública de ensino do DF, marcada para amanhã, deve começar conturbada. Os professores ameaçam deflagrar greve geral a partir da próxima segunda-feira. O assunto será discutido em assembleia geral prevista para a manhã do mesmo dia. Enquanto isso, merendeiras e funcionários que atuam na limpeza das unidades de ensino estão de braços cruzados e há ainda a polêmica envolvendo as mudanças implementadas nas Escolas Parque, que desagradaram a alguns pais.
A diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) Rosilene Corrêa afirma que há uma lista de motivos que justificam o ato. A categoria pede que a remuneração acompanhe os índices de inflação. ;Tudo está aumentando e ficando mais caro, e nós estamos com o salário congelado há dois anos;, diz. Rosilene afirma que os professores também vão aderir à pauta nacional contra a reforma da previdência.
Outro desafio a ser enfrentado nesse início de ano letivo são as greves dos servidores da limpeza e das merendeiras ; ambas começaram este ano. A primeira categoria reivindica o pagamento de salários atrasados, 13; terceiro e auxílios transporte e alimentação. A outra, pede a quitação do 13; salário. O Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados (Sindiserviços) informou que promove assembleias e participa de negociações com o objetivo de regularizar as duas situações. ;São trabalhadores que ganham pouco, muitos estão passando necessidade, alguns estão sendo despejados;, denuncia a secretária-geral do sindicato, Andrea Cristina da Silva.
[SAIBAMAIS]Segundo a Secretaria de Educação (SEDF), no entanto, os pagamentos feitos às empresas terceirizadas responsáveis pelos serviços de merenda não estão em atraso. Ainda de acordo com a pasta, os contratos de terceirização preveem repasses em até 60 dias após a apresentação da fatura.
O subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação da SEDF, Fábio Pereira de Sousa, afirma que a pasta aguardará definição dos professores e que manteve negociações com a categoria mesmo durante as férias, em reuniões quinzenais. Uma das prioridades da secretaria, no momento, é a elaboração de um plano de emergência para atender as escolas públicas que não têm caixa d;água e que estão nas regiões abastecidas pela Bacia do Rio Descoberto, atingidas pelo racionamento. De acordo com o subsecretário, a pasta vai instalar caixas d;água provisórias e promover campanhas de conscientização dos estudantes sobre o uso do recurso.
Escolas Parque
Débora Cruz, 35 anos, inscreveu a filha, Sofia, 8, no 3; ano do ensino fundamental da Escola Classe 314 Sul. O colégio é um dos que será afetado pela mudança no funcionamento das Escolas Parque. A menina está matriculada à tarde, o que garante vaga na Escola Parque. No entanto, com a mudança, as atividades extras dessas unidades serão ministradas todos os dias, para atender à integralidade, e a mãe quer que a menina estude apenas no período parcial. Para isso, precisaria matriculá-la pela manhã, mas a escola não tem vagas. ;Se eu quiser que ela estude apenas no período parcial, tenho que procurar outra escola.;