Cidades

MP recomenda a inclusão do Plano Piloto no racionamento de água

Para a instituição, sem o racionamento, existe a possibilidade de um colapso no abastecimento durante o período de seca no DF

Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio
postado em 15/02/2017 18:03
O reservatório de Santa Maria tem mantido índice de aproximadamente 40%
O Ministério Público do Distrito Federal encaminhou um documento para a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa) em que recomenda que o Plano Piloto e outras áreas abastecidas pelo reservatório de Santa Maria entrem no esquema de racionamento de água. Desde 16 de janeiro, apenas as RAs abastecidas pela Barragem do Descoberto enfrentam o rodízio do serviço. O documento foi expedido na terça-feira (14/2).
No documento, a instituição recomendou à Adasa a revisão dos índices de referência estabelecidos para o estado de restrição hídrica, de forma a permitir o imediato racionamento de água no sistema Santa Maria. O reservatório tem mantido em torno de 40% da capacidade. Atualmente, a autarquia define o patamar de 20% do volume útil do reservatório para o início do racionamento.

[SAIBAMAIS]Em 30 de janeiro, a Adasa reduziu a pressão de água no Plano Piloto, Sudoeste, Noroeste, Jardim Botânico e condomínios do SOF Sul. À época, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) informou que a intenção é reduzir de 3% a 5% o consumo de água nas regiões. No entanto, o MP recomendou que a agência avalie outras medidas emergenciais que possam reduzir o volume de água captado do sistema Santa Maria.

A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema) e a Procuradora Distrital dos Direitos do Cidadão (PDDC) alertam, no documento, que, sem o racionamento, existe a possibilidade concreta de um colapso no abastecimento durante o período de seca, com o volume útil do Santa Maria chegando a zero. A cada 30 dias, cerca de 10% de seu volume é consumido.

;Estamos na metade do período chuvoso e já sabemos que não choverá o bastante para os reservatórios atingirem níveis seguros. O governo, para evitar o pior, acelerou as obras de captação no córrego Bananal e anunciou obras emergenciais de captação no Lago Paranoá, mas é grande a possibilidade de que essas obras não fiquem prontas a tempo;, esclareceu a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente Marta Eliana de Oliveira.

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