Jornal Correio Braziliense

Cidades

Blocos tradicionais cancelam pré-carnaval neste sábado por falta de recurso

Desistiram da festa Pacotão, Galinho de Brasília, Raparigueiros, Mamãe Taguá, Asé Dudu, O Menino de Ceilândia, Baratona e Baratinha

Os blocos carnavalescos mais tradicionais de Brasília, como Pacotão, Galinho de Brasília, Bloco dos Raparigueiros, entre outros, cancelaram o pré-carnaval realizado há 16 anos. Além dos três grupos, desistiram de fazer o esquenta, que estava previsto para a tarde deste sábado (18/2), outros cinco: Mamãe Taguá, Asé Dudu, O Menino de Ceilândia, Baratona e Baratinha. Segundo o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais, Jorge Cimas, o evento foi cancelado por falta de recursos para custear as despesas.

Leia mais notícias em Cidades

Cimas ressaltou que os blocos contam com R$ 750 mil para fazer a folia o que, segundo ele, não é suficiente para pagar os gastos. Ao todo, estavam previstos 24 desfiles oficiais com envolvimento de todos os blocos.

O presidente da Liga reclama que, na última virada do ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 937 mil em uma festa de ano novo que reuniu apenas 12 mil pessoas. ;É inaceitável ver a desvalorização do governo local em uma festa dos Blocos Tradicionais que reúne mais de 1 milhão de foliões e, ainda, aquece a economia gerando mais de R$ 700 milhões para Brasília. Valor esse que vem por meio de vendas de fantasias, alimentação, bebidas e hospedagem, entre outras despesas;, informou.

Ele ainda reclamou das despesas do governo com a contratação de apresentações de escolas de samba e bandas. ;O carnaval de rua em Brasília é o maior evento do Centro-Oeste e merece o reconhecimento e investimento do GDF. Além disso, queremos manter a tradição e cultura e levar, ainda, alegria para os foliões de todo DF, destacando que, atualmente, o carnaval de rua da nossa cidade é um dos maiores do Brasil em participação popular;, alegou Jorge Cimas.

Por meio de nota, a Secretaria de Cultura informou que "busca assegurar uma política de democratização do acesso aos mecanismos de fomento público aos artistas do DF, buscando fortalecer a identidade da cidade". "O investimento nas escolas de samba, que há dois anos não realizam o desfile por falta de recursos públicos, se traduz em um movimento de reinserção e reconhecimento das agremiações no carnaval de Brasília", completou.
O órgão ainda destacou que aumentou o investimento no carnaval e aperfeiçoou o modelo de financiamento. "A secretaria colocou a Lei de Incentivo à Cultural (LIC) à disposição dos blocos de carnaval, pela qual a Liga dos Blocos Tradicionais conseguiu captar R$ 750 mil em patrocínio privado incentivado, três vezes a mais do que recebera ano passado para realizar os desfiles", finalizou.