Gabriella Bertoni - Especial para o Correio
postado em 02/03/2017 06:00
O racionamento de água chegou à área mais nobre do Distrito Federal. Ontem, as torneiras do Lago Sul amanheceram secas. A região é abastecida pelo sistema Santa Maria/Torto, que, desde a última segunda, passou a fazer parte do rodízio imposto pela Companhia de Abastecimento do DF (Caesb) para enfrentar a maior crise hídrica da história da capital. O terceiro dia de cortes atingiu, ainda,condomínios da região, Setor Habitacional Dom Bosco, Paranoá, Itapoã, Setor de Mansões Lago Norte e Taquari. Apesar dos transtornos, a maioria dos moradores estava preparada para enfrentar a escassez.
A ordem na casa da funcionária pública Buggy Lima, 74 anos, moradora da QI 19 do Lago Sul, é não lavar o quintal e apenas passar pano molhado na casa. Dizendo-se sempre atenta ao gasto de água, ela conta que a família toda aprendeu a economizar, poupando ao abrir as torneiras e guardando água da máquina, após a lavagem das roupas. ;Todo mundo tem que colaborar. Não pode faltar na Ceilândia e desperdiçarem aqui. E é bom sempre ficar de olho em vazamentos e em canos estourados pela rua;, ensina.
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Táticas como essas, adotadas por moradores, somadas a algumas ações implementadas pela Caesb, como a redução na pressão das torneiras, a implantação da taxa de contingência na conta de água e o próprio racionamento, levaram a uma economia de consumo de 21,69%, de setembro do ano passado a fevereiro deste ano. O rodízio nas regiões abastecidas pelo Rio Descoberto começou em 16 de janeiro. O nível dos reservatórios, porém, não tem subido na velocidade necessária. Ontem, o volume do Descoberto estava em 41,91%, e o de Santa Maria, em 46,99% ; metade do que estava no mesmo período do ano passado.