Cidades

Para controlar doenças, governo anuncia mudanças no calendário de vacinação

Seis tipos de vacina tiveram o esquema de imunização ampliado. Perda da imunidade e surtos de doenças como caxumba e coqueluche provocaram as alterações

Otávio Augusto
postado em 03/03/2017 12:34
Seis tipos de vacina tiveram o calendário ampliado: investimento de R$ 3,9 bilhõesO Ministério da Saúde anunciou mudanças no Calendário Nacional de Vacinação para 2017 para seis tipos de vacinas ; tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A (leia Como fica). Por ano, são disponibilizados pela rede pública de saúde cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos para combater mais de 20 doenças. As alterações vão custar R$ 3,9 bilhões aos cofre públicos.

Este ano, a vacina contra o HPV será disponibilizada também para os meninos entre 12 e 13 anos. Antes, somente as meninas entre 9 e 13 eram vacinadas. A ideia é que até 2020 a faixa etária seja ampliada gradativamente para a partir de nove anos. O objetivo é diminuir a incidência de cânceres de pênis e verrugas genitais.

O homem é o transmissor do vírus para suas parceiras, por isso, ao serem imunizados vão colaborar com a redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, segundo o Ministério da Saúde.

[SAIBAMAIS]O esquema de imunização dos adolescentes também passou por reformulação. A vacina meningocócica C, que previne a meningite, passa a ser aplicada como dose única ou reforça aos 12 e 13 anos. Antes, o reforço ocorria aos 12 meses de vida. As autoridades sanitárias, ancoradas em estudos científicos, perceberam que com o passar do tempo há queda nos anticorpos contra a doença e, por isso, fizeram a revisão da política de imunização. A conclusão é que a memória imunológica não é suficiente para garantir a proteção.

A vacinação de adolescente, segundo o Ministério da Saúde, diminuirá o risco da doença, alcançando ainda, a imunidade de rebanho, ou seja, quando a proteção se estende a indivíduos não vacinados. Isso ocorre a baixa circulação de vírus e bactérias em determinadas populações.

Surtos de caxumba obrigaram as autoridades sanitárias a ampliarem o público alvo da vacina tríplice viral. Agora, a população entre 20 e 29 anos passa a receber uma segunda dose. Antes,o reforço ocorria até 19 anos.

"Manter o controle sobre doneças"


Até 2020 haverá novas alterações no programa de vacinaçãoA coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, defendeu nesta sexta-feira (3/3), a imunização da maior parcela da população. A meta é manter o controle sobre doenças como sarampo e rubéola e diminuir casos de caxumba e coqueluche. ;Não adianta a vacina estar disponível no posto de saúde e a população não procurar. Para termos eficiência na imunização é necessário que pelo menos 95% das crianças da cidades estejam vacinadas;, ressaltou.

O dinheiro para custear a ampliação está garantido, segundo o Ministro da Saúde, Ricardo Barros. ;A ampliação do calendário vacinal inclui novas doses e permite que elas sejam tomadas em um período de tempo maior. Nosso objetivo é que um aumentar o percentual da população imunizada e prevenir doenças;, explicou.



Como fica

Veja as alterações no calendário vacinal

Hepatite A
Passa a ser disponibilizada para crianças até 5 anos. Antes, a idade máxima era 2 anos.

Tetra viral (Sarampo, caxumba, rubéola e catapora)
Crianças passam a receber doses a partir entre 15 meses e4 anos. Antes, a aplicação era feita entre 15 meses e menores de 2 anos. A recomendação é uma primeira dose da tríplice viral aos 12 meses e uma segunda aos 15 meses.

Tríplice viral (Sarampo, caxumba, rubéola)
A população entre 20 e 29 anos passa a receber a segunda dose. Antes, ocorria até 19 anos. A mudança leva em consideração surtos de caxumba registrados nos últimos anos no país, sobretudo entre adolescentes e adultos jovens. As duas doses passam a ser indicadas para pessoas de 12 meses a 29 anos. Para adultos de 30 a 49 anos, permanece a indicação de apenas uma dose.

HPV
A partir de 2017, será ofertada também para meninos entre 12 e 13 anos. Desde 2014, a dose é oferecida a meninas de 9 a 13 anos. Este ano, a vacina será oferecida também a portadores de HIV entre 9 e 26 anos, transplantados e pacientes oncológicos.

Meningocócica C (Meningite)
Passa a ser disponibilizada para adolescentes de 12 e 13 anos. A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de 9 a 13 anos. O esquema vacinal será de um reforço ou uma dose única, conforme situação vacinal.

DTPA adulto (Difteria, tétano e coqueluche)
Passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20; semana. As mulheres que não se imunizaram durante a gravidez devem receber a dose até 40 dias após o parto. A medida busca garantir que os bebês já nasçam protegidos contra a coqueluche por conta de anticorpos transferidos pela mãe.

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