Estatístico e ex-secretário do Distrito Federal Osvaldo Russo morreu na noite desta terça-feira (7/3), após complicações de uma cirurgia cardíaca. Carioca, Russo morava em Brasília desde 1980. Ocupou o último cargo público em 2011, como diretor de Estudos e Políticas Sociais da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
Trabalhou, ainda, em órgãos do Executivo local, como a Secretaria da Criança e Assistência Social e a Secretaria de Desenvolvimento Social, onde criou a campanha ;Não dê esmola, dê cidadania;, no governo de Cristovam Buarque. Russo era filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e depois atuou como militante do Partidos dos Trabalhandores (PT).
No Facebook, amigos e familiares lamentaram a morte do ex-secretário que, no último domingo (5/3), publicou uma mensagem em que dizia: "Pronto para a cirurgia cardíaca na terça (7), espero rápida recuperação para seguir na canção". Em 28 de fevereiro, Russo postou fotos com a família reunida e brincando no bloco de carnaval Pacotão. Ainda não há informações sobre o velório.
Carreira
Em 2014, lançou o livro Agenda social: enfrentando as desigualdades, publicado pela editora Thesaurus, em que reúne artigos que escreveu sobre questões sociais, publicados entre 2011 e 2013. Na obra, compartilha a vivência e a interpretação pessoal das políticas sociais empreendidas pelo poder público no Brasil a partir de 2003 e em especial no Distrito Federal.
Em 1975, formou-se em estatística pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ence/IBGE). No âmbito nacional, atuou como presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 1992 a 1995. No governo do ex-presidente Lula, foi chefe de gabinete e secretário de Inclusão Educacional do Ministério da Educação e secretário nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Pela participação no governo Lula na coordenação, elaboração e implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) recebeu, em 2011, menção honrosa concedida pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e, em 2013, ganhou o Prêmio Superação das Desigualdades, no 15; Encontro Nacional do Colegiado Nacional dos Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas).
O jornalista Eduardo Balduino, ex-chefe de gabinete do governo Cristovam, conheceu o ex-secretário em 1994. "Era uma pessoa muito engajada politicamente. Defensor de direitos humanos e da democracia. Ele ia além da questão política e ideológica, era uma pessoa humanitária. Ele tinha convicção, lutava e fazia as coisas práticas para atingir os objetivos dele;, relembra.