Luiz Calcagno
postado em 10/03/2017 13:28
O Governo do Distrito Federal informou que repassou, no fim da manhã desta sexta-feira (10/3), R$ 8,75 milhões para as empresas de limpeza que prestam serviços a hospitais e a postos de saúde da rede pública. Com isso, o Executivo local espera que os profissionais voltem ao trabalho. A paralisação foi anunciada pela categoria ontem o que interferiu na realização de cirurgias no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Na quinta-feira (9), quatro cirurgias foram canceladas. A unidade de saúde conseguiu realizar 11 procedimentos cirúrgicos - seis eletivos e o restante de urgência. Hoje (10), a diretoria da unidade desmarcou outras 11 operações. Os procedimentos foram adiados para a próxima sexta-feira (17).
O diretor do Hran, José Adorno, destacou que os poucos funcionários da limpeza que continuaram a trabalhar foram direcionados para o centro cirúrgico, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para o centro obstétrico e para a área de emergência. "Continuamos atendendo. Todas as cirurgias de urgência foram feitas. Hoje, começamos com um quantitativo maior, mas ainda não podemos atender as eletivas", explicou.
José Adorno espera normalizar a situação ainda esta tarde, caso os funcionários retornem aos postos de trabalho normalmente. "Não estamos suspendendo (as cirurgias) com muita antecedência, pois sabíamos que o GDF estava negociando com as empresas. Fizemos a remarcação por períodos e remarcamos algumas para a próxima semana, para que os pacientes não fiquem no prejuízo", afirmou.
Para funcionar normalmente, o Hran precisa de 40 funcionários da limpeza trabalhando durante o dia e outros 15 à noite. "De um dia para o outro, a quantidade de locais a serem limpos aumenta muito. Mas, com o retorno dos trabalhadores, ainda há a possibilidade de realizarmos quatro cirurgias eletivas. Temos uma demanda reprimida de cirurgias e a remarcação foi a maneira mais justa que encontramos para que as pessoas afetadas pela greve não tivessem os procedimentos adiados por mais tempo", explicou Adorno.
A diretora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviços e Serviços Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços-DF), Maria Isabel Caetano, informou que a paralisação só terminará quando os salários forem depositados nas contas dos trabalhadores. Ela acredita ser possível que a greve termine neste sábado (11). "Amanhã eu e as empresas vamos verificar se o dinheiro realmente foi depositado para e, no caso de ter sido, eles já farão uma negociação com os trabalhadores referente aos dias parados e pagarão os salários", afirma.
Unidades afetadas
A paralisação também afetou os serviços no Hospital de Base do DF (HBDF), do Instituto de Saúde Mental (FHDF) e do Hospital de Apoio de Brasília (HAB), além dos hospitais regionais de Santa Maria, Planaltina, Sobradinho, Gama e de diversos postos de saúde espalhados pelo DF, de acordo o Sindiserviços-DF.
Neste ano, é a segunda vez que a categoria entra em greve. Em 9 de janeiro, terceirizados da limpeza de hospitais e de escolas públicas cruzaram os braços após atraso no salário de dezembro e do tíquete-alimentação. De acordo com o sindicato, as empresas contratadas pela Secretaria de Saúde do DF para a prestação de serviços alegam que estão sem contrato e sem receber as parcelas das verbas indenizatórias há três meses.