Cidades

Após morte por superbactéria, equipe monitora bebês isolados no Hmib

A Secretaria de Saúde confirmou que a causa da morte de um recém-nascido na UTI Neonatal do Hmib foi a bactéria multirresistente serratia. Um grupo de profissionais cuida exclusivamente das 33 crianças que permanecem isoladas na unidade

Deborah Fortuna
postado em 11/03/2017 08:54
A decisão de isolar os outros pacientes, reduzir a internação de novos bebês e destinar uma equipe para esses casos deve diminuir as chances de um novo contágio
Diante da confirmação de que a bactéria multirresistente serratia causou a morte de um dos bebês que estavam internados na UTI Neonatal do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib), a Secretaria de Saúde manteve as medidas do Plano de Contingenciamento Interno para isolar os outros recém-nascidos e evitar que a contaminação se espalhe. Uma das ações é destinar uma equipe exclusivamente para atender as outras 33 crianças isoladas. Todas são avaliadas e monitoradas.

A infectologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Valéria Paes Lima explicou que, se algum bebê contraiu a bactéria, não significa dizer que ele esteja doente, mas apenas está com uma colonização, ou seja, com a serratia aderida ao tecido da pele. ;Todo ser humano é colonizado. A infecção significa que o micro-organismo invadiu o organismo humano. Nesses casos, é preciso entrar com antibiótico para combater a bactéria.; No caso das crianças isoladas, ainda não há resultado de infecção, apenas da presença do micro-organismo, o que já está sendo tratado. Assim que os resultados forem conclusivos, elas podem receber alta.

[SAIBAMAIS]De acordo com a subsecretária de Atenção Integral à Saúde, Martha Gonçalves, a decisão de isolar os outros pacientes, reduzir a internação de novos bebês e destinar uma equipe para esses casos deve diminuir as chances de um novo contágio. Por isso, ela não acredita que haja necessidade para pânico. ;Muitas vezes, não se sabe que se está lidando com um caso de superbactéria. Mas, a partir do momento que ela é identificada, os riscos diminuem muito;, justificou. Ainda assim, por se tratar de recém-nascidos, há uma maior chance de infecção e todo o cuidado deve ser redobrado. ;Os pacientes não estão em estado crítico;, garantiu.

Limpeza

Como a bactéria em questão surge em ambientes hospitalares, para Valéria Paes Lima, essa infecção é um problema que não deveria ocorrer nas unidades de saúde. ;É preciso ter cuidado com a limpeza das mãos e com o manuseio e a limpeza dos equipamentos hospitalares;, destaca. Ela explica que, no caso específico do Hmib, a UTI Neonatal é onde estão os bebês mais vulneráveis, ou seja, em uma condição delicada. ;Eles dependem do uso de dispositivos, como cateter, e de assistência da equipe. É necessário um cuidado máximo integral, por isso, há uma facilitação de qualquer tipo de infecção. A boa higiene e a condução são pontos cruciais;, aponta.
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