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Crise hídrica: governo capacitará multiplicadores sociais em Brazlândia

Essa é uma das medidas previstas no Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica para ajudar na conscientização da população sobre o uso racional da água

postado em 15/03/2017 20:28
Essa é uma das medidas previstas no Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica para ajudar na conscientização da população sobre o uso racional da água
O Governo do Distrito Federal apresentou, na última sexta-feira (10/3), o Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica. Neste plano, encontram-se ações voltadas a professores, estudantes da rede pública e produtores rurais que atuam como formadores de opinião. Uma dessas medidas é incluir nos currículos escolares, de forma mais ostensiva, a discussão sobre a necessidade de conservar os recursos hídricos. Além disso, docentes e alunos poderão visitar as estações de Tratamento de Água e de Esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).

Outra frente de trabalho é a capacitação de representantes de escolas públicas e privadas de Brazlândia, como multiplicadores sociais. A proposta é que eles façam um curso de 24 horas-aula para entender melhor as características da Bacia do Descoberto. Dessa forma, os representantes repassarão o conhecimento à comunidade local. A educação ambiental inclui a capacitação de 350 professores para, assim, alcançar 5 mil estudantes de forma direta e 14 mil de forma indireta. A formação de produtores rurais da região também integra o planejamento. Eles assistirão a um curso de 16 horas de duração e poderão orientar outros agricultores.

Na produção agrícola, o governo intensificará ações na região da Bacia do Descoberto para reduzir a perda de água. Essa medida já havia sido anunciada em 23 de janeiro deste ano pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, mas aguardavam o período de estiagem para serem implementadas. As intervenções serão feitas em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e incluem construção de quebra-molas nas vicinais e de bacias de retenção no interior das propriedades. Com isso, evita-se o transporte pela água de sedimentos de partes de solo, pedras e outros materiais para nascentes e córregos da área.

[SAIBAMAIS] Além disso, para o período da estiagem será feito um terraceamento, ou seja, a disposição do solo em rampas niveladas, para evitar a formação de sulcos e erosões nas lavouras, e os reservatórios para irrigação serão revestidos por lonas como forma de reduzir a perda de água por infiltração.

A garantia da segurança hídrica da população do DF exigiu também a redução da captação dos afluentes do Descoberto. Por isso, desde quinta-feira (9), os irrigantes diminuíram em 50% o volume de retirada de água dos cursos d;água que abastecem o reservatório. A captação só poderá ser feita das 6h às 9h, todos os dias. A retirada para consumo humano e animal permanece autorizada. A medida vale enquanto os volumes das barragens não retornam aos níveis seguros de abastecimento.

Uma outra forma de aumentar a quantidade de água da bacia é recuperando as áreas de preservação permanente (APP) nas imediações do Descoberto. Para isso, serão distribuídas mudas de espécies nativas do Cerrado em 67 hectares de nascente e 233 hectares de APP tipo curso d;água. Essa ação está prevista no Projeto Reflorestar.


Eixos de atuação

O Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica estabelece 44 iniciativas, divididas em quatro eixos de atuação: Fiscalização, Infraestrutura, Educação e Regulação. Elas complementam o que já foi adotado pelo Executivo, como o racionamento de água, a redução da retirada de água para irrigantes da Bacia do Descoberto, a recuperação de canais e o investimento em novas fontes de captação do recurso. O documento também prevê a intensificação de campanhas educativas, em veículos de comunicação, sobre o uso racional da água, no intuito de mobilizar os cidadãos. O prazo de implementação é de 180 dias.

A crise hídrica trouxe a necessidade de restringir a quantidade de água retirada dos sistemas de abastecimento e, com a estiagem, essa limitação será ainda mais necessária. As limitações foram definidas à medida que os níveis dos reservatórios baixavam e continuarão a vigorar enquanto forem imprescindíveis à segurança hídrica. Assim, a limitação do uso de água por órgãos públicos, a redução da vazão de retirada dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria ; a 3,5 mil litros por segundo e 500 litros por segundo, respectivamente ; e o racionamento nas RAs atendidas pelas duas barragens permanecem em vigor na seca.

Com informações da Agência Brasília

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