Alessandra Modzeleski - Especial para o Correio
postado em 17/03/2017 22:50
O Tribunal do Júri de Taguatinga vai iniciar, na segunda-feira (20/3), o julgamento de Constantino de Oliveira, de 86 anos, conhecido como Nenê, e mais quatro acusados. O grupo responde pelos crimes de homicídio qualificado e oferecimento de vantagem a testemunha. O processo está em segredo de justiça. A informação foi divulgada na tarde desta sexta-feira (17/3) pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O Ministério Público vai pedir o adiamento do júri. Já os advogados do réu solicitaram que a data fosse mantida.
O empresário responde a processo na Justiça brasiliense pelo assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, 27 anos, que morreu baleado em 12 de outubro de 2001. Ele era morador de uma propriedade da antiga Viação Pioneira, em Taguatinga.
O advogado do empresário, Pier Paolo Bottini, defendeu a importância do julgamento, ;pois será a oportunidade de Nenê Constantino esclarecer os fatos e mostrar a sua inocência;. Segundo Bottini, o acusado não está preso, apenas impedido de sair de São Paulo.
Inocentado em outra ação
Nenê Constantino já foi julgado e absolvido em outra ação, que tratava da tentativa de homicídio de seu ex-genro, Eduardo Queiroz Alves. Ele foi inocentado em 16 de agosto de 2015, depois de ser julgado pelo Tribunal do Júri de Brasília.
[SAIBAMAIS]O júri analisou a denúncia do Ministério Público, segundo a qual, em 2008, Constantino teria contratado José Humberto, outro réu na ação, por meio do policial militar reformado Antônio Andrade, para matar Eduardo. Na ocasião, Humberto teria atirado diversas vezes contra o carro da vítima, que sobreviveu.
A tentativa de homicídio aconteceu em uma rua próxima a um ponto de embarque e desembarque de passageiros, no Setor de Garagens e Concessionárias de Veículos, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A desavença entre Constantino e Eduardo teria sido originada pela insatisfação do empresário quanto à condução dos negócios da família pelo, hoje, ex-genro. A divisão de bens entre Eduardo e a filha de Constantino também seria outra razão para o desentendimento.
A principal estratégia usada pela defesa, nessa ação, foi desqualificar o trabalho da Polícia Civil e o depoimento de uma das testemunhas-chaves do caso, João Marques, que teria feito parte do grupo que executaria ações criminosas a mando de Nenê Constantino. O Tribunal do Júri avaliou que houve crime, no entanto, absolveu os dois de qualquer participação no fato.