Brasília é reconhecida como um celeiro de atletas. Daqui, já saíram muitos destaques nacionais e internacionais em diversos esportes. Porém, para que mais talentos surjam e comecem a brilhar, é preciso investir na base, na formação esportiva dos pequenos. A partir de abril, milhares de crianças e jovens de diversas regiões do Distrito Federal terão a oportunidade de se desenvolver melhor, encarar novos desafios e ter um aprendizado ainda mais direcionado no esporte.
Em parceria com a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do DF, a Fundação Assis Chateaubriand desenvolveu um projeto piloto inovador para padronizar e avaliar o ensino de esportes nos sete Centros Olímpicos e Paralímpicos, onde a entidade é responsável pela gestão pedagógica: a Metodologia de Ensino Desportivo (Mede). A iniciativa é pioneira no DF e, em se tratando de parceria público-privada, é pioneira no país. Nos próximos anos, cerca de 7,5 mil alunos de 9 a 17 anos terão um ganho significativo em qualidade e eficiência. As unidades participantes são as de Ceilândia (Parque da Vaquejada e Setor O), Estrutural, Riacho Fundo I, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho.
[SAIBAMAIS]Após a fase inicial de testes, aplicada no fim do ano passado, a etapa piloto vai abranger seis modalidades esportivas: atletismo, basquete, natação, vôlei, fut7 (futebol society) e futsal. A ideia é, ainda este ano, começar a construção da metodologia para outras modalidades a fim de que, em 2018, amplie-se a aplicação do Mede.
Na avaliação de Márcio Falcão, profissional de educação física e gerente de COP pela Fundação Assis Chateaubriand (FAC), o projeto é transformador. ;O Mede contribui para o ensino do esporte de forma que os alunos evoluam nas modalidades esportivas, respeitando a individualidade, o objetivo, o gosto pelo esporte e a melhoria nos fundamentos. De forma sistematizada e monitorada com avaliações periódicas, os jovens ganham autonomia e são empoderados a buscar o seu desenvolvimento no esporte;, explica. Segundo Falcão, a metodologia incentiva o professor não só a ser um transmissor de conhecimento, mas um tutor, que está aberto a ouvir a opinião do aluno e contribuir com a construção de valores e habilidades que vão refletir na formação cidadã de cada um. Com isso, acredita ele, a chance de se identificar talentos é maior do que como vinha acontecendo, com um esporte subjetivo. E os centros devem se tornar uma referência no esporte.
"Vejo esse momento como uma oportunidade para a nossa cidade e para os Centros Olímpicos e Paralímpicos, de dar um passo além. A fundação, com toda a sua experiência e seus especialistas, traz uma metodologia que vai inovar, trazer uma qualidade grande", Ricarda Lima, secretária adjunta de Esporte e ex-atleta de vôlei