Ana Carolina Alves*
postado em 30/03/2017 21:03
As drogas apreendidas na noite da última quarta-feira (29/3) em Taguatinga chegavam ao Distrito Federal por voos comerciais vindos de Manaus e eram comercializadas para clientes com alto poder aquisitivo, segundo a Polícia Civil do DF. Os detalhes da operação, que culminou na apreensão de drogas avaliadas em R$ 40 mil e na prisão de um estudante de aviação civil, foram divulgados pela corporação na tarde desta quinta-feira (30).
O acusado, André Luís de Oliveira Torres, recebia as substâncias por meio de mulas - pessoas que trazem drogas amarradas ao corpo ou na bagagem. Segundo o delegado Rodrigo Bonach, os entorpecentes eram produzidos na Colômbia e ingressavam no Brasil pela região amazônica. "Essa rota de tráfico é nova, vem sendo percebida há cerca de dois anos pela polícia. É a primeira apreensão significativa de skunk do ano, sendo que, no ano passado pegamos 10kg no DF;, detalhou o delegado.
O skunk, a droga mais encontrada no apartamento, era vendido para clientes de alto poder aquisitivo, pelas redes sociais ou encontros pessoais. A denúncia que levou à apreensão, após um mês de investigações, foi feita de forma anônima pelo Disque Denúncia. Além de 1kg de skunk, foram apreendidos 12 cartuchos (um calibre 7.62 e onze de calibre 22), dois microsselos de LSD, anabolizantes, seringas e anotações de contabilidade, além de um Fiat Uno Prata.
[SAIBAMAIS]Segundo a PCDF, o acusado agia sozinho e, apesar não ter passagem pela polícia, pode pegar pena que varia de 18 a 36 anos de reclusão, pois foi autuado por tráfico interestadual de drogas, posse ilegal de munição - inclusive de uso restrito - e por crime contra a saúde publica, por revender anabolizantes.
O delegado Rodrigo Bonach ressaltou o fato de André Luis ser estudante de aviação e estar prestes a se formar. "Imagina ser passageiro de um voo com um piloto que consume drogas", comentou. Afirmou ainda que a polícia revisará conexões com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e com a universidade que o acusado estudava para prevenir e cassar qualquer licença de piloto que ele possa ter. Ele permanecerá preso até o julgamento.
Ainda segundo Bonach, o crime não tem relação com a apreensão de 52,44 kg de skunk pela Polícia Federal em ação que aconteceu no mesmo dia no Aeroporto Internacional de Brasília.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer