Gabriella Bertoni - Especial para o Correio
postado em 31/03/2017 11:30
Três pousadas irregulares foram fechadas na manhã desta sexta-feira (31/3) na Asa Sul pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis). Por volta das 10h, os ficais chegaram aos endereços e verificaram que nos locais funcionavam hospedarias ilegais. Ao todo, 110 servidores da Agefis participaram da ação. Além disso, 18 veículos foram utilizados para recolher todos os móveis e eletrodomésticos das acomodações.
Essas pousadas haviam sido interditadas em junho de 2016. Em fevereiro de 2017, os donos foram novamente multados e, por conta da continuidade do funcionamento, dessa vez, foram multados em dobro e tiveram os pertences apreendidos. Em apenas uma das pousadas, a multa deste mês é de R$ 13.300. Ao todo, as três hospedarias contam com 62 quartos, mas não há relação entre elas.
Vizinhas, que preferiram não se identificar, disseram que as pousadas eram tranquilas e não havia festas ou brigas. ;Houve um tempo em que tinham brigas, mas faz muitos anos. A gente sabe que são ilegais, mas todo mundo sabe que tem pousadas aqui;, contou uma moradora da região. Para a outra vizinha, os comércios deveriam ficar em outro lugar. ;Podiam ir para o outro lado da W3, lá pode. Com esse entra e sai de gente estranha, é um risco para nossa vizinhança;, defendeu.
Reincidência
Na última terça-feira (21/3), outra opração da Agefis fechou uma pousada irregular na Quadra 705 Sul que funcionava há mais de 17 anos e estava interditada desde 2008. Ao todo, funcionavam 90 quartos dentro de duas casas interligadas. De acordo com informações dos funcionários do estabelecimento, havia apenas 10 quartos ocupados e muitos dos hóspedes eram clientes que vinham para Brasília para tratamentos de saúde e não podiam pagar por outro tipo de acomodação.
Memória
Em setembro de 2008, cinco pousadas nas quadras 700 da Asa Sul foram fechadas pela Agefis. À época, os locais foram notificados pela 7; Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal por manterem atividade comercial em área residencial. Em 2011, ao menos quatro estabelecimentos foram fechados. Em apenas um, na 703 sul, o valor da multa era de cerca de R$ 6 mil e todos os objetos encontrados no local foram apreendidos.
Em setembro 2016, a estudante de direito Nara Farias Preto, 20 anos, morreu após realizar um procedimento de bronzeamento em um bloco onde também funcionava uma pousada clandestina, na 705 Sul. O local já havia recebido diversas multas e foi interditado em 2007. Cerca de 30 homens de apoio operacional retiravam diversos móveis. O local ainda se encontra fechado, aparentemente sem movimento.