Cidades

Acompanhe o julgamento de Vinícius Neres, assassino confesso de Louise

Ele confessou a autoria de um dos crimes mais chocantes do DF da ex-namorada Louise Ribeiro. O MP pede a condenação por homicídio quadruplamente qualificado

Gabriella Bertoni - Especial para o Correio, Júlia Campos - Especial para o Correio
postado em 03/04/2017 10:52
20:30 - Dois atenuantes também foram levados em consideração: a confissão e a menoridade relativa do réu (tem entre 18 e 21 anos). Elas que evitaram que Vinicius fosse condenado à pena máxima.
20:29 - Pena depois foi reduzida a 23 anos e 10 dias pelo fato de Vinicius ser réu primário.
20:25 - Vinicius é condenado a 25 anos de reclusão pelo homicídio quadruplamente qualificado de Louise Ribeiro (feminicídio, motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela destruição parcial do cadáver.
20:21 - "Matou a vítima de forma desumana e cruel", diz o juiz.
20:18 - O júri reconheceu as quatro qualificadoras.
20:12 - Defesa conversa com a família e a mãe chora.
19:48 - Júri sai para votar. Em seguida, será anunciada a sentença.
19:47 - "Decidam com base no que está nos autos prevenir outros crimes como esse. Decidam somente tratando igual na medida da desigualdade", finaliza a defesa.
19:42 - Em relação à desqualificação do motivo torpe, a promotoria pede para interromper a defesa e diz que o motivo torpe não está em Vinicius questionar o fim do relacionamento, e sim em não aceitar e matar Louise.
19:38 - "Só quem já passou por isso pode dizer o que ele sentiu no momento. Ele confessou que queria se matar para uma pessoa em que confiava e mais amava, o que podia ser até um pedido de socorro", alega a defesa.
19:34 - A defesa tem a tréplica: "O Vinicius podia ser o filho, vizinho, colega de classe qualquer pessoa aqui. O que a defesa pede é que julguem essa justiça tão proclamada pela acusação, mas no justo. Ele não tem que ser crucificado para servir de exemplo".
19:33 - O julgamento é retomado.
19:24 - O julgamento é interrompido para um breve intervalo. Na volta, a defesa terá direito à tréplica.
19:23 - "Peço aos senhores que rejeitem a tese do privilégio. Vai pagar muito pouco para quem tirou a vida de alguém para sempre", finaliza a promotoria.
19:19 - A promotoria segue: "Louise não escolheu ser assassinada brutalmente essa escolha foi dele. O destino de Vinicius não depende dos senhores, ele caminhou para o banco dos réus com as próprias pernas".
19:16 - Promotoria rebate a parábola que a defesa usou no discurso. "Foi dito que o destino de Vinicius estava na mão dos senhores. E não está. Esteve nas mãos dele."
18:49 - Segundo a promotoria, a história sobre o suicídio é falsa. "Peço aos senhores que tomem cuidado com essa tese de defesa. O pedido que os sentimentos dele sejam levados em conta tem um objetivo que é a impunidade".
18:41 - "Ele nunca foi suicida. E se pretendia se matar, por que não o fez? Para que tinha 2 litros de álcool? Para atear fogo no próprio corpo? Ele queria matar Louise. Ele é inteligente, queria colocar na conta dela".
18:37 - "Ele matou Louise e limpou toda a cena. Ele planejou e seguiu plano. Crime dessa natureza transborda sangue. O sujeito estava descontrolado."
18:29 - O Ministério Público inicia a fala relatando que é "deplorável" a defesa tentar inverter a responsabilidade "fazendo crer que o atos de Louise foram a causa de sua morte". "Como foi o término desse relacionamento? A defesa não sabe, ninguém sabe. Se existe uma forma adequada de terminar um relacionamento para não ser morto, me ensine. Então quer dizer que tem que terminar como ele acha que tem quer ser? O homem é quem decide? A mulher não pode terminar um relacionamento?", questiona a promotoria.
18:17 - O julgamento tem uma pausa de 5 minutos.
18:15 - Para finalizar, a defesa contou a parábola do "Sábio e o Pássaro" e comparou com a situação do réu: "A vida de Vinicius está nas mãos dos senhores e a resposta no coração".
18:14 - Ele foi tomado por sentimento e ocorreu uma atitude irracional. "Ele não é uma pessoa fria, calculista. Ele é ser humano como qualquer um de nós. O Vinícius não tem que pagar pelos crimes da sociedade. E sim pelos que ele cometeu somente".
18:11 - A defesa alega que apesar de Vinicius se encontrar nesta situação, até o dia 10 de março ele era uma pessoa íntegra, excelente filho, irmão e até namorado. "Mas esse relacionamento acabou. Existem maneiras menos agradáveis de terminar um relacionamento. Na hora de terminar nada disso foi levado em consideração. Alguém saiu muito machucado e essa pessoa foi o Vinicius."
18:02 - A defesa pede ainda que o júri vote não para acusação de motivo torpe, devido aos sentimentos que levaram Vinicius a matar Louise.
18:01 - Pedido da defesa: "Peço aos senhores que ao votarem reconheçam as atenuantes da confissão espontânea e da menor idade relativa".
17:50 - "Ele admirava e nutria amor por ela. Ele jamais queria menosprezar." Para a defesa, Vinicius não descriminou a condição dela de mulher. "Ele matou, é fato. Mas não matou por ser mulher." A defesa não concorda com a acusação de feminicídio.
17:44 - A defesa pede ao júri que reconheça a figura do homicídio qualificado privilegiado. "Isso é uma situação subjetiva. Não tem como ninguém avaliar."
17:33 - A defesa tenta justificar o que levou Vinícius a matar Louise. Segundo ela, essa reação da vítima foi um verdadeiro "tapa na cara" dele. "Naquele momento o mundo dele acabou." É relatado que após o suposto abraço sem qualquer sentimento ele deu uma gravata nela, após Louise ter dito que sentiria saudades. "Você não vai sentir saudades, pois me ignorou todo esse tempo", respondeu Vinícius.
17:11 - O debate da defesa começa com a fala da advogada Tabata Laís Sousa Silva.
16:30 - Segundo a promotoria, nos depoimentos anteriores, Vinícius confirmou que Louise lhe havia dado abraços fraternais e que, em uma situação anterior, lhe fez desistir de uma tentativa de suicídio. "Hoje, o réu alegou que o abraço, nesta versão sendo frio, foi o motivo da ira dele com a jovem. Na cabeça do réu, Louise morreu por culpa dela, porque ela foi quem terminou e isso é inaceitável", alegou o promotor Marcello Oliveira.
16:12 - A promotoria apresenta as imagens do laudo pericial. "O réu alegou que jogou álcool em todo o corpo. O que não é verdade, já que há queimaduras praticamente apenas na região pélvica e na cabeça. Ele visou destruir ali algo simbólico atingindo uma região sexual", alegou o promotor Marcello Oliveira.
15:58 - A promotoria divulga imagens de toda a ação de Vinícius, desde o momento que Louise chegou ao laboratório até o momento em que o réu saiu para deixar o corpo no matagal.
15:50 - Segundo a promotoria, o diálogo demonstrava que Louise estava incomodada com o tratamento de Vinícius, que dizia que a amava e a chamava por apelidos carinhos. Por várias vezes a jovem pediu para que ele parasse de tratá-la assim e dizia que queria ser apenas sua amiga.
15:40 - Durante a apresentação da acusação, a promotoria mostrou mensagens trocadas durante a viagem de Louise. Durante a conversa, Vinícius a convidava várias vezes para sair, mas a jovem sempre recusava.
15:27 - Com uma foto de Louise no telão, o promotor de justiça Marcello Oliveira iniciou o debate entre defesa e acusação. O promotor homenageou a vítima e pediu para que seja feita justiça. Neste momento, ele apresenta as provas ao tribunal do júri.
15:06 - O depoimento de Vinícius acabou e agora haverá o debate entre defesa e acusação.
14:59 - O réu contou que esperou a chegada dos policiais para se entregar. Antes disso, foi ver as gravações da câmera de segurança. "Eu sabia que as câmeras funcionavam, mas não pensei nisso na hora."
As advogadas de defesa perguntaram o motivo de Vinícius parecer frio e calculista nas reportagens veiculadas. "Eu queria simplesmente explicar o que tinha acontecido. Senti que devia falar sobre isso", explicou. Sobre o relacionamento deles, o réu disse que Louise dominava a relação. "Não tínhamos muitas brigas e nosso relacionamento era excelente. Estava começando outro relacionamento como distração. Sobre o futuro, não tenho nenhuma perspectiva."
A defesa informou que Vinícius não responderá as perguntas do Ministério Público. O procurador se absteve de suas perguntas.
14:55 - Questionada sobre o motivo de matar Louise, Vinícius respondeu: "Eu agi por impulso. Foi totalmente irracional. Eu estava absurdamente inconformado pelo término. Foi a primeira e a única pessoa com quem eu tinha planos, era um vínculo forte. Quando terminamos, ela começou a me desprezar." Ele contou ainda que, para ir embora da universidade, foi para a rodoviária e depois pegou um ônibus para casa. O pai dele o buscou na parada de ônibus.

Vinícius disse que em momento algum pensou que poderia ser pego. "Eu não dormi nesse dia. Entrei no Facebook e vi as consequências. Meu celular passou a noite desligado, e quando o liguei, vi que tinham muitas ligações. Eu liguei primeiro para a mãe e depois para o pai. Minha intenção era falar para eles não irem a UnB, que eu ia explicar tudo. Falei com a mãe da Louise, mas ela estava chorosa e eu acabei chorando." Depois de falar com o pai da vítima, ele decidiu se entregar.
14:48 - O réu conta que pegou então um colchão inflável e colocou em um carrinho do laboratório. Ele esperou o laboratório ficar completamente vazio e saiu com Louise rumo ao carro da vítima. "Nesse meio tempo, pensei em jogar o corpo no matagal, peguei as garrafas de álcool e pensei no que eu poderia fazer com isso."
Segundo Vinícius, ele colocou um saco plástico nela, porque ela começou a sangrar pelo nariz. Após refletir, levou o corpo de Louise para o matagal e ateou fogo. "Eu só saí e nem olhei para trás. Joguei álcool em todo o corpo, indiscriminadamente. Pode ser que tenha queimado mais na parte pélvica por conta da roupa íntima que eu coloquei."
14:41 - Vinícius disse que depois do crime pegou o celular de Louise e mandou mensagens para a mãe dela para ganhar tempo. "Desliguei todos os meios de comunicação, inclusive meu celular." Em seguida, ele pegou as chaves do carro dela para dar uma volta e deixou a jovem trancada na sala. Segundo ele, Louise já estava sem sinais vitais. "Eu voltei para o laboratório depois de cerca de 1 hora e a soltei da cadeira. Depois a despi, tirei tudo, deixando-a completamente nua. Não sei ao certo, mas eu queria ve-la uma última vez. Cheguei a pensar estar com atração sexual e até coloquei o preservativo. Mas não fiz nada." Depois ele conta que parou para pensar e decidiu vesti-la, conseguindo colocar apenas a parte debaixo da roupa íntima.
14:35 - Ao conseguir marcar o encontro com Louise, ele a levou para o laboratório e disse que ia se matar. "Ela estava muito indiferente comigo, muito fria, me tratando com desdém. Ao me dar o abraço, senti um frio grande. Analisando bem, foi um abraço de indiferença e eu acabei estourando. Eu a amava muito" O réu contou ainda que já havia pensado em se matar antes e que era um sentimento recorrente. Ao ser perguntado como ele planejava se matar com clorofórmio, ele respondeu: "Bebendo."

Após o segundo abraço, ele a virou de costas. Ela tentou se soltar, mas ele pegou um pano, jogou clorofórmio em um pano e fez a vítima desmaiar. Ele então a colocou em uma cadeira e forçou Louise ingerir o restante do líquido. "Ela começou a cair na cadeira e eu a prendi usando os lacres para ela não escorregar."
14:28 - Segundo Vinícius, após uma viagem de Louise, a jovem voltou mudada e, dias depois, ela teria terminado com ele. "Ela chegou a me destratar por mensagem, dizendo para eu parar de falar com ela." O juiz então o questionou sobre as tentativas de marcar um encontro, que, segundo consta nas mensagens que eles trocaram, ela sempre desmarcava. "Eu inventei essa história do laboratório para ter um lugar reservado. Vedei as janelas, porque os colegas ficavam perguntando sobre o experimento, aí comprei o papel pardo para fingir."
14:23 - Demonstrando estar calmo, Vinícius começou seu interrogatório contando como conheceu Louise. "Eu era monitor dela em uma disciplina e começamos a nos aproximar. Nosso relacionamento começou em 10 de abril de 2015." Ele contou que foi à casa de Louise por duas vezes sem a presença da família e, em uma ocasião, foi apresentado para o pai da jovem. "Mas foi como amigo. Decidimos esconder o namoro porque ela tinha acabado de sair de outro relacionamento. Com o passar do tempo, comecei a me sentir incomodado dela não me apresentar para a família."
13:55 - A segunda testemunha da defesa é o agente penitenciário Martin Filho. Ele contou que Vinícius precisou ficar isolado durante aproximadamente 4 meses, por conta da repercussão do crime com outros presos. "Desde que ele entrou, não nos trouxe nenhum problema. Hoje, divide uma cela com outro detento e é muito obediente."

13:47 - Os jurados questionaram como era o relacionamento de Vinícius com sua irmã, hoje com 17 anos. "Principalmente no ano do ocorrido, ficaram muitos amigos. Ela no ensino médio e ele sempre a ajudando com as matérias. Agora ela escolheu também fazer biologia. Decidimos que seria melhor ela fazer em outro estado, para ela não ter que estudar no mesmo lugar."

13:43 - No retorno do julgamento, o depoimento da primeira testemunha da defesa foi o pai do réu, Amilton Oliveira. Funcionário da Embrapa, ele contou que costumava ir a UnB por conta do trabalho e já chegou a encontrar o filho com Louise, apresentando a jovem como namorada. "Ele sempre foi muito reservado, não falava sobre namoro. Já teve outras duas namoradas durante o colégio, mas nada sério." Ele contou ainda que o Vinícius é um ótimo filho, sempre bom aluno. A família só soube do acontecido por volta das 17h do dia seguinte. "Foi um choque. Demorou dias para ele falar o que tinha acontecido."

Ao ser perguntado sobre como era o Vinícius como filho, Amilton respondeu: "Dizem que o filho se espelha no pai. No meu caso, eu sempre quis ser igual a ele. Estudioso, motivado. Ele que me ajudou a estudar sempre", contou emocionado. Durante o depoimento do pai, Vinícius também chorou.

13:00 - O julgamento entra em recesso após depoimento de Ronald Ribeiro, pai de Louise
12:35 - No depoimento do pai de Louise, o oficial militar Ronald Ribeiro, o réu esteve presente, sempre de cabeça baixa e sem demonstrar emoção. Ronald afirmou que não sabia do namoro entre os dois. "Na única vez que o vi, alguns amigos foram até minha casa para assistir a um jogo de futebol americano e a Louise o apresentou como colega de classe. Depois do crime, soube que quando ela passou no estágio do Ibama, ele desdenhou da oportunidade e disse que ela merecia mais. Soube também que depois disso, ele foi até meu prédio e ela não autorizou que ele entrasse."
Ele contou ainda que, no dia do crime, chegou em casa e a esposa pediu para ele não trancar a porta e esperar Louise. "Por volta das 23h, ela me acordou preocupada porque minha filha ainda não havia voltado. Tentamos contato e recebemos mensagens estranhas como se fosse a Louise, mas não era o jeito dela falar. Desconfiei e fui à delegacia."
Na manhã seguinte, o pai disse ter ido a UnB e ter visto o carro da filha. "Cheguei lá e vi que o carro estava estacionado de frente, e nós não fazemos isso. O som do carro estava a mostra, percebi pequenos detalhes e isso me preocupou. Quando recebi a notícia, estava na delegacia e fui para casa dar a notícia para minha esposa."
11:57 - A terceira testemunha foi a professora coordenadora do projeto de extensão que Vinícius fazia parte. Carla Medeiros contou que, na época, havia três estudantes inscritos no projeto, entre eles o réu. Ela disse ainda que havia os mesmos tipos de lacres usados por Vinícius, mas não tinha produtos químicos no laboratório. Para entrarem na sala, era necessária a autorização de uso da professora. "A Louise sempre foi muito bem recebida e acolhida na sala por ser namorada do Vinícius. Ela ia para lá estudar." A professora contou ainda que Louise foi a única namorada convidada para o almoço de confraternização de fim de ano da turma, em dezembro de 2015.

Carla lembrou ainda que, no início do semestre letivo em 2016, durante um almoço no laboratório, perguntou ao réu sobre a Louise. "Ele me disse que ela estava viajando em férias ainda. Achei estranho, mas a conversa morreu ali". Segundo ela, Vinícius era sempre muito presente e cordial. Ao ser questionada sobre o pedido de exclusividade, a professora disse: "Em oito meses de trabalho, ele conquistou minha confiança. Uma semana antes do crime, ele me pediu a sala entre as 18h e 19h para receber alguns colegas da graduação para fazer o experimento." Ao saber do motivo do experimento, ela disse que entendia o pedido de vedação da sala.

Ainda em seu depoimento, Carla afirmou que recebeu ligações de outros professores as 8h do dia de seguinte. Ao chegar na UnB, a professora chegou a ir na mesma sala que ocorreu o crime. "Não percebi absolutamente nada de diferente na sala. Não me lembro se os papéis ainda estavam nas janelas, mas a sala estava completamente arrumada." Ela passou por um grupo de amigas da Louise, que perguntaram onde estava o Vinícius. "Ele tinha me dito que na sexta-feira estaria incomunicável por causa de uma audiência sobre um roubo de celular. Liguei para ele achando que não ia atender. Mas ele atendeu e disse que estava indo para a UnB."

Ela conversou com o Vinicius e, percebendo a tensão dele, pediu para que ele ligasse para os pais. Ao ir para o lugar em que se encontrava as filmagens, ela pediu para um professor olhar a gravação a partir das 17h. "Nesse momento, o Vinicius pediu para ir ao banheiro. Pouco tempo depois, os policiais chegaram e pediram para abrir todas as salas." Neste momento, a professora descreve o que viu nas filmagens, emocionada. "Eu vi a Louise chegando, dando um abraço carinhoso nele e aí eu percebi que algo terrível tinha acontecido. Aí meu mundo caiu."
Ao ser questionada pelo promotor do MPDFT Marcello Medeiros sobre a repercussão no campus, Carla disse: "Primeiro eu tive que juntar meus cacos. Foram oito meses de tratamento psicológico. O que podemos fazer até hoje é preservar a memória dela." "Aos meus olhos, o Vinicius sempre foi um aluno muito educado, responsável. Nunca se desentendeu com outros colegas", completou.
11:01 - O segundo depoimento foi de uma colega do mesmo curso de Vinícius. A jovem era estagiária da professora coordenadora do projeto que o suspeito participava. A estudante contou que, na semana do crime, Vinícius pediu ao grupo que tinha acesso ao laboratório que ninguém entrasse na sala por conta de um experimento com materiais fotossenssiveis. "O Vinícius falou para gente que iria isolar as janelas da sala e que não era pra ninguém entrar no período entre a tarde e a noite." No dia seguinte, a jovem foi para a UnB logo cedo para uma reunião com a professora. Ao chegar na universidade, professores perguntaram para ela se tinha notícias da Louise e do Vinícius.

Ela então ligou para Vinícius, que, segunda ela, estava nervoso e preocupado. "O Vinícius para mim, era como uma pessoa qualquer, um amigo estudioso, mas muito formal." Após a chegada de Vinícius ao campi, a estudante o levou até uma sala que os professores o aguardava para confirmarem se era ele nas filmagens da câmera de segurança. "Ele me falou que tinha marcado o encontro, mas que Louise não compareceu." Ele então saiu da sala dizendo que ia fazer uma ligação e já voltou com os policiais.

10:32 - A primeira testemunha do julgamento foi o policial militar que atendeu a denúncia de desaparecimento da estudante do departamento de biologia. Ele contou que, após conversar com colegas de Louise, soube que ela tinha um encontro marcado com Vinícius na tarde anterior. Amigos da vítima também relataram que, por conta da estatura, Louise dirigia com o banco bem próximo ao volante. "Soubemos que Vinícius estava em aula e decidi conversar com ele para ver se ele sabia onde a Louise estava. Ele me chamou em um canto e disse que ia confessar. Achei estranho, mas e espontaneamente ele começou a me contar a dinâmica do crime", contou.

Após a conversa, Vinícius levou os policiais até o laboratório em que possivelmente Louise foi morta e pegou objetos usados no crime. Depois, levou a equipe até onde estava o corpo. Durante o processo, Vinícius contou ao policial que enquanto conversava com Louise, sentiu um impulso homicida. "Ele me contou que planejou tudo, mas não me disse o motivo".
10:27 - A mãe de Louise, Sandra Batista Ribeiro, precisou ser amparada por familiares durante o depoimento do policial que atendeu a o ocorrência do desaparecimento de Louise no dia 10 de março do ano passado. Ele dava detalhes de como encontrou o corpo da estudante. Sandra chorava muito e saiu da sala amparada por familiares.

9:48 - Sete pessoas foram escolhidas para o júri. São três homens e quatro mulheres, de um total de 25 que poderiam ter sido sorteados. O julgamento terá ainda cinco testemunhas comuns e duas testemunhas de defesa. Alguns lugares no plenário do Tribunal do Juri foram reservados para as famílias da vítima e do acusado. Do lado de Louise os 20 lugares reservados estavam ocupados. Do lado de Vinícius, apenas três.
8:30 - Aproximadamente 200 pessoas fazem fila na frente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) para acompanhar o julgamento do ex-estudante universitário Vinícius Neres Ribeiro. Ele é acusado de matar brutalmente a ex-namorada e estudante de biologia, Louise Ribeiro, de 21 anos, dentro de um laboratório do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) em 10 de março do ano passado.

Os primeiros da fila chegaram por volta das 6h da manhã
Além de estudantes do curso de direito, também estão na fila para entrar no tribunal amigos e familiares de Louise. A sessão será presidida pelo juiz Paulo Rogério Santos Giordano. O Tribunal do Júri é composto por sete jurados e pelo juiz togado, além da promotoria e da defesa. O MPDFT e os advogados podem falar por uma hora e meia. Havendo réplica ou tréplica, cada um tem direito à palavra por mais uma hora, totalizando cinco horas de debate.

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