Deborah Fortuna
postado em 06/04/2017 12:18
Mais uma vez, os professores da rede do Distrito Federal decidem continuar a greve. A decisão ocorreu durante assembleia na manhã desta quinta-feira (6/4). Já é o 23; dia sem aulas no Distrito Federal. Uma nova reunião com os docentes, para decidir as novas diretrizes da paralisação, foi marcada para a próxima terça-feira (11/4). O Governo de Brasília dialogou nesta semana, mas a categoria entendeu que as propostas não contemplam as exigências.
"Nós não voltaremos para sala de aula enquanto o governo não negociar a pauta que nos trouxe à greve. Então achar que punir a categoria com cortes faria com que ela recuasse, a prova está aqui hoje que não é assim que funciona", afirmou a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro) Rosilene Côrrea.
Os professores cobram reajuste salarial de 18%, melhores condições de trabalho, reposição do tíquete-alimentação e o pagamento da última parcela do aumento aprovado em 2013. A categoria, ainda, é contra a Proposta de Emenda Constitucional n; 287/2016 (PEC da Previdência). O documento estabelece novas regras para a aposentadoria, como a exigência de idade mínima de 65 anos para o recebimento integral do benefício, além de 49 anos de contribuição com a Previdência Social.
A greve foi considera ilegal pela Justiça. Em 27 de março, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) determinou o fim da paralisação. Na decisão, o juiz decretou que todos os professores voltem às salas de aula, sob multa de R$ 100 mil por dia e corte de ponto. A ação contra a paralisação foi ajuizada pelo Governo do Distrito Federal.
O Sindicato dos Professores entrou com recurso. No entanto, desde o início da paralisação, em 15 de março, o governo tem cortado o ponto de todos os professores que aderirem ao movimento e só fará o pagamento depois que as aulas forem repostas.
O que diz o governo
Em nota, o GDF destacou que espera que a parcela dos professores remanescente em greve retorne ao trabalho. Disse, ainda, que Sinpro-DF conhece a situação econômico-financeira das contas do DF, "o que impede a concessão de reajuste salarial ou medida que implique no aumento de despesa". Por fim, o governo disse que continua aberto à nova rodada de negociação para discutir propostas já colocadas na mesa.
Até o momento, o GDF ofereceu o pagamento de R$ 100 milhões de pecúnias a todos os servidores públicos do Distrital Federal, que beneficiará os professores - que representam cerca de um terço do total. Se comprometeu em não adotar a nova lei de terceirização aprovada recentemente pelo Congresso Nacional na atividade fim da educação e, ainda, que não encaminhará qualquer proposta de reforma previdenciária do funcionalismo distrital sem ampla discussão com toda a sociedade brasiliense.