Cidades

Ampliar acesso ao saneamento básico reduz gastos com saúde pública

Especialistas presentes em seminário promovido pelo Correio destacam a importância do saneamento básico para a qualidade de vida. Cada real investido no setor representa economia de R$ 4 na área da saúde

Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 11/04/2017 14:44
Conceição Maria Albuquerque, da UnB, apresentou estudo da OMS que comprova os benefícios do saneamento básico para a saúde da população
Conscientização e educação da população sobre o uso da água e a importância do saneamento básico na melhoria da saúde pública do Brasil foram alguns dos assuntos apresentados na manhã desta terça-feira (11/4) no seminário O desafio hídrico e os preparativos para o 8; Fórum Mundial da Água, promovido pelo Correio e pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa).
[SAIBAMAIS]O segundo painel do dia, com o tema ;Água, saneamento e saúde;, reuniu a professora da Universidade de Brasília Conceição Maria Albuquerque; o diretor Comercial e Financeiro da Caesb, Marcelo Teixeira; e a analista de Políticas Sociais do Ministério da Saúde, Adriana Rodrigues Cabral.

A professora Conceição Albuquerque abordou as relações entre o saneamento básico, a saúde pública e o meio ambiente e como elas afetam a vida das pessoas. Estudo apresentado pela especialista informa que, a cada real investido em saneamento básico, são economizados R$ 4 em saúde. O momento é oportuno, segundo ela, para que a sociedade, em geral, participe dos debates sobre a questão hídrica, esclareça dúvidas e mude atitudes. "É essencial o envolvimento social e a reeducação continuada. A sociedade não deve ser chamada somente no momento de crise. Ela deve ser motivada a participar, colaborar e até decidir. Mas não existe envolvimento social sem informação", argumentou.

Marcelo Teixeira, que representou a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), apresentou um histórico sobre a questão do saneamento básico no mundo, enfatizando a importância de implantação no país de sistemas ambientais e processos de saúde pública eficazes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 88% das mortes por diarreia no mundo são causadas por saneamento inadequado, sendo que, desse total, 84% dessas mortes são de crianças.
Teixeira argumentou que o debate deve buscar respostas para a efetividade do Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB). "Mesmo as unidades de tratamento em operação no país não conseguem alcançar as expectativas ambientais e de saúde pública projetadas no Plano Nacional. Temos que ver se o que está faltando são recursos financeiros, gestão de recursos, capacidade administrativa, excesso de controles ou a falta de expertise", disse.

Morte de crianças e idosos

Adriana Rodrigues Cabral, analista de Políticas Sociais do Ministério da Saúde, explicou que o saneamento básico é um dos fatores determinantes na saúde da população. Em várias cidades brasileiras, segundo ela, ocorrem muitas mortes de crianças e idosos, por doenças originárias da falta de saneamento e do consumo de água imprópria, como as diarreia, hepatite e febre tifoide.
De acordo com a analista, o Ministério da Saúde assegura a aplicação dos instrumentos para garantir a qualidade da água consumida pela população e a prevenção de doenças. A Portaria no 2.914, de 2011, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da água para consumo e seu padrão de potabilidade (qualidade da água potável).
Já o Decreto n; 5.440, de 2005, estabelece definições e procedimentos sobre o controle da água e sistemas de abastecimento. "Esse decreto obriga os prestadores de serviço a disponibilizar informações aos consumidores sobre a qualidade da água para consumo humano", disse.

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