postado em 12/04/2017 16:24
As ligações clandestinas de água no Distrito Federal geram prejuízo mensal de R$ 2,7 milhões segundo estimativa da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). São cerca de 32 mil ligações com potenciais consumos não autorizados, desviando R$ 680 mil m; por mês.
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Essas irregularidades podem ocorrer de três formas. Uma delas é quando a pessoa rouba água da própria companhia antes que o líquido passe pelo hidrômetro - equipamento de medição. Outra maneira é colocar o tubo depois do aparelho instalado em outro imóvel. Nesse caso, é o vizinho que paga a conta de quem capta o recurso irregularmente. Há ainda os casos em que o hidrômetro é retirado e há apenas uma ligação direta entre os dutos.
[SAIBAMAIS]Se comprovada a irregularidade, a pessoa deve quitar o consumo evadido - ou seja, a água que foi usada nesse tempo. Além disso, tem que pagar uma multa, que pode chegar a R$ 82 mil, e vai responder penalmente por furto de água, além de assumir repercussões civis e administrativas, assim como pagar o trabalho da companhia de retirar essas ligações.
De acordo com o gerente de fiscalização e vistoria da Caesb, Geraldo Donizeth, o órgão estima que cerca de 32% daquilo que é produzido se perde, ou por vazamento ou por furto de água, ou mesmo nas operações do sistema. ;A gente monta essas operações para diminuir isso e trazer para a casa dos 20%. Então é para diminuir esse índice de perda, que de fato contribui para a crise hídrica. Toda a água que é consumida sem medição e sem o devido pagamento, a tendência é ser desperdiçada;, explicou Donizeth.
Operação
Nesta quarta-feira (12/4), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realizou uma ação de retirada de ligações clandestinas no Mercado Sul, em Taguatinga. O local é conhecido por ser ocupado por um movimento cultural, que abrange oficinas, marcenarias e artesãos. Ao todo, são 112 usuários cadastrados na companhia, mas apenas 49 estão ativos. A ação busca verificar a situação desses outros clientes e intensificar a fiscalização em meio a crise hídrica.
O arte educador Abder Paz, 30 anos, que faz parte do movimento cultural de ocupação do Mercado Sul, afirma que algumas pessoas entraram em contato com a companhia para tentar regularizar a situação quando chegaram ao local, mas o órgão informou que não seria possível, já que o contrato do imóvel não está no nome dos ocupantes. ;São ligações que dizem respeito a outros proprietários e que estão lá há muitos anos;, disse.