Cidades

"Minha missão é entender o que aconteceu", diz pai de bebê jogado no Lago

A família do pequeno Miguel Santos Carvalho, 5 meses, se reuniu no enterro da criança na manhã desta quinta-feira (13/4) no Cemitério do Gama

Luiz Calcagno
postado em 13/04/2017 10:52
A família do pequeno Miguel Santos Carvalho, 5 meses, se reuniu no enterro da criança na manhã desta quinta-feira (13/4) no Cemitério do Gama
O bebê de 5 meses encontrado morto no Lago Paranoá no último domingo (9/4) foi enterrado na manhã desta quinta-feira (13/4) no Cemitério do Gama. A família do pequeno Miguel Santos Carvalho se reuniu para o último adeus a criança que foi jogada pela mãe da Ponte JK em 7 de abril. O corpo dele, no entanto, só foi localizado dois dias depois.

O pai da criança, que se identificou apenas como Iturialdi, além dos avós paternos, um irmão da mãe, vizinhos e amigos estavam presentes. Iturialdi falou brevemente com a reportagem e disse que o momento era reclusão e tristeza, mas destacou que dará todo o apoio que a mãe de Miguel precisa. "Meu filho não volta mais. Ela (a mãe) é uma pessoa maravilhosa. Minha missão agora é entender o que aconteceu, apoiá-la e blindar os nossos filhos de qualquer comentario ou publicação maldosa", lamentou.

A despedida foi uma cerimônia simples, Com orações e cantos ao redor do pequeno caixão branco, já no local do jazigo. Cerca de 40 pessoas estavam presentes. Eles não ocuparam uma capela e não demoraram mais que 30 minutos no rito. Falva-se de buscar conforto em Deus e em não emitir julgamentos contra Elisângela Cruz dos Santos Carvalho. Sem se identificar, alguns parentes ressaltaram que buscam conforto em Deus e que Elisângela era uma mãe maravilhosa.
[SAIBAMAIS]A mãe do bebê, Elisângela Cruz dos Santos Carvalho, 36 anos, foi encontrada na tarde desta quarta-feira (12/4). Ela confessou ter jogado a criança no espelho d;água, vai responder por homicídio e está presa. Na Penitenciária Feminina do DF, na Colméia, Elisângela ficará separada das outras presas.
Nesta quarta-feira (12/4), em entrevista exclusiva ao Correio, a mãe do bebê jogado no Lago Paranoá contou: "Fui covarde de não ter ido junto". A mulher se disse arrependida.
A família do pequeno Miguel Santos Carvalho, 5 meses, se reuniu no enterro da criança na manhã desta quinta-feira (13/4) no Cemitério do Gama

Entenda o caso

A criança foi encontrada boiando no espelho d;água no último domingo (9/4). A mãe chegou a enviar mensagem a parentes dizendo que estava ;partindo para uma viagem sem volta;, pedindo perdão a todos. Por volta do meio-dia da última sexta-feira, saiu de casa, em Santa Maria, com dois dos três filhos: o bebê Miguel, 5 meses, e Pedro (nome fictício), 4 anos. O corpo de Miguel deve ser enterrado na quinta-feira (13). O irmão dele, de 4 anos, está com a família.

Quando foi encontrada, a criança estava com a chupeta presa à roupa por uma fita azul, vestindo uma calça de moletom amarela e uma regata com desenho de barcos. O corpo foi localizado na Península dos Ministros, à altura da QL 12 do Lago Sul.

O corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) pelo Corpo de Bombeiros. O laudo sobre a causa da morte só deve ficar pronto em 30 dias. Mas a polícia adiantou que não havia sinais de ferimentos no corpo nem fratura nos ossos do bebê. Na segunda-feira, três dias após o desaparecimento de Elisângela e no dia seguinte à repercussão do caso, a família procurou o IML e reconheceu a criança.

Equipes do Corpo de Bombeiros monitoravam o Lago Paranoá desde segunda-feira, das 6h à meia-noite. Nesta quarta-feira (12/4), as buscas eram feitas desde a Ponte Honestino Guimarães até a altura da Ermida Dom Bosco.

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