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Artista plástico retrata Brasília em quadros coloridos e cheios de vida

Alexandre Mourão adotou a capital como lar há apenas três anos; "passei a ter um envolvimento com a cidade que me acolheu", afirma


Morador de Brasília há apenas três anos, o cearense se encantou, de cara, pelo espaço público da capital federal. ;Passei a ter um envolvimento com a cidade que me acolheu. Por isso, registro o que mais me intriga, mais me fascina;, completa. Para tanto, Mourão vai além do lugar-comum e reafirma o seu estilo ao mesclar traços retos com um toque surrealista nas pinturas. A sintonia dele com a tinta aquarela é pontuada também pela delicadeza.
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O domínio da aquarela é algo recente na vida de Mourão. Ele aprendeu a técnica quando foi visitar a família da mulher, na França, no fim do ano passado. O artista, que também é apaixonado por tango e frequenta ;milongas; nas noites da capital federal, conheceu a tradutora francesa Emilie Audigier em uma dessas festas. ;Agora, somos casados e temos um filho de 9 meses. Quando viajei para lá, ganhei um estojo de aquarela. Assim, pude aprimorar essa técnica.;
O talento de Mourão, porém, começou cedo. Ele se iniciou na pintura em 2000, ao usar a técnica acrílica e óleo. ;Aconteceu de forma autodidata e sob forte influência da minha tia, a pintora cearense Iara Mourão;, relembra. A partir daí, sentiu vontade de se aperfeiçoar, o que o levou a estudar artes visuais no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Em 2010, passou a atuar no coletivo Aparecidos Políticos. ;Nesse grupo, realizamos algumas intervenções nos mais de 35 locais da cidade, simbolicamente referenciados a torturadores e assassinos;, destacou.
Com isso, foi convidado a trabalhar como pesquisador na Comissão Nacional da Verdade (CNV), em Brasília, em 2014, a fim de investigar as graves violações de direitos humanos na ditadura. Também atuou como consultor do Memorial de Anistia Política e como coordenador de articulação social e ações educativas da Comissão de Anistia ; ambas instituições ligadas à perspectiva da memória no período ditatorial.
Mourão também veste o chapéu de psicólogo e, atualmente, cursa doutorado em psicologia na Universidade de Brasília (UnB). Ele recebeu diversos prêmios ao longo da trajetória artística: 65; Salão de Abril, em Fortaleza, 11; Edição da Semana Pernambucana de Artes Visuais, II Edital Público Galeria Antônio Bandeira e IV Prêmio Leonilson de Artes Visuais.

Onde encontrar

As pinturas em aquarela de Alexandre Mourão
estão expostas na loja virtual Aquasília (www.aquasilia.com.br).

Assista ao vídeo com o artista plástico, suas obras e seus
lugares de inspiração no tablet
e no site do CORREIO