Cidades

Polícia acredita que tiroteio na Asa Norte tenha relação com tráfico

Todos os envolvidos serão indiciados por homicídio qualificado, segundo o delegado. Asa Norte registrou 272 ocorrências relacionadas a drogas em 2016

Carolina Gama - Especial para o Correio, Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 20/04/2017 19:40
O corpo do taxista ficou estendido no asfalto até o fim da perícia
A principal linha de investigação para o tiroteio que terminou no assassinato do taxista Luis Eduardo dos Santos Lobo, 34 anos, é de que o crime tenha relação com tráfico de drogas. O homicídio é investigado pela 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte).
Segundo o delegado responsável pelo caso, Laercio Rossetto, o crime foi premeditado. Uma das suspeitas, Rafaela Teixeira de Souza, 28 anos, foi presa nesta tarde pela Polícia Civil. A corporação acredita que o namorado dela, Eduardo Adrien Cunha Neto, 26, que já foi preso por tráfico de drogas e pela Lei Maria da Penha tenha participado do crime. Os dois e os outros envolvidos no tiroteio responderão por homicídio.
Eduardo atirou duas vezes contra a vítima. Os outros cinco disparos foram efetuados, segundo a polícia, por Rafael Arcanjo Gomes de Abreu, 22 anos, conhecido como Índio, que já foi preso duas vezes por tráfico de drogas. Um quarto criminoso ainda não foi identificado. "Eles estavam com vontade de matar, planejaram e se reuniram. Todos ali vão responder pelo crime de homicídio", disse o delegado.
"A gente defende essa tese (de que o crime seja relacionado a tráfico de drogas). É claro que será preciso esclarecer a situação, mas tudo indica que sim, até porque eles foram presos outras vezes por tráfico de drogas", acrescentou. Caso os suspeitos não se entreguem nem sejam encontrados, o delegado pedirá a prisão temporária. O carro usado no crime foi encontrado em Céu Azul, em Valparaíso (GO).

Tráfico

A suspeita de tráfico de drogas como motivação do assassinato do taxista Luis Eduardo dos Santos Lobo, 34 anos, expõe o aumento da atividade na região central do Distrito Federal. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, em 2016, foram registrados 62 ocorrências de repressão contra o tráfico de drogas e 272 contra o uso e porte de drogas na Asa Norte. No mesmo período, foram registrados seis homicídios na região.
[SAIBAMAIS]O porta-voz do Centro de Comunicação da PM, major Michello Bueno, conta que a impunidade fez com que as atividades de tráfico de drogas crescessem não apenas na Asa Norte, mas em todo DF. ;Assim como no assassinato da 309 Norte, os traficantes levam consigo pequenas quantidades de droga e, quando precisam de mais, voltam num ponto onde guardam o material. Com isso, caso eles sejam abordados, podem alegar que são apenas usuários;, relata.

O major acrescenta que os setores Hoteleiro e Comercial e a W3 são os principais locais de consumo e venda de drogas na Asa Norte. ;Devido à elevada condição financeira da região, as apreensões de droga costumam ser principalmente de substâncias sintéticas e de cocaína;, afirma.

Em março deste ano, foram registrados no Distrito Federal 175 atividades policiais relacionadas ao tráfico de drogas, como prisões e apreensões. O número é 29,4% menor do que o mesmo período de 2016, onde foram fichados 248. Nas últimas semanas de março, a PMDF tem realizado a operação Epítasi, com ações na área central e nas asas Sul e Norte, para aumentar a segurança na região.
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer

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