Gabriella Bertoni - Especial para o Correio
postado em 25/04/2017 12:09
Com clima de indignação, cerca de 50 pessoas participaram da audiência pública da Agência Reguladora de Água, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) para discutir o aumento anual das tarifas de água e esgoto, na manhã desta terça-feira (25/4). Entre as falas dos participantes da reunião, que terminou com uma hora de antecedência, a maior parte das indagações era sobre o motivo do pagamento da taxa mínima. Outro questionamento foi a falta de investimento no sistema de abastecimento.
Técnicos do órgão calcularam que o valor do Reajuste Tarifário Anual 2017 será de 2,56% ; a vigorar de 1; de junho de 2017 a 31 de maio de 2018. ;Tivemos diversas contribuições na audiência. Todas serão analisadas pelas áreas técnicas da Adasa e deverá ir para aprovação. Só então, teremos o real percentual do reajuste para ser implementado em junho;, comentou Cássio Cossenzo, superintendente de Estudos Econômicos e Fiscalização Financeira da Adasa.
Sobre a finalidade do reajuste, Cássio disse ainda que será usado para cobrir custos operacionais, que são elevados com a inflação. ;Para a concessionária conseguir cobrir todos os custos, como, por exemplo, com energia elétrica e com equipamentos essenciais, tudo sofre reajuste. O cálculo, que também acompanha a inflação, ficou abaixo da taxa este ano;, explicou.
Entretanto, para as pessoas presentes na audiência, a tarifa veio em um momento inadequado. ;O maior problema é que pessoas de baixa renda estão tendo dificuldade em pagar a conta da forma que está, imagina com reajuste. E não sabemos onde esse dinheiro é, de fato, investido;, argumentou o bombeiro militar Sérgio Damasceno, 42 anos, morador do Itapoã.
Captação
[SAIBAMAIS]Começou, nesta terça-feira, a construção do sistema de captação e tratamento emergencial de águas do Lago Paranoá, que pretende retirar 700 litros por segundo para reforçar o abastecimento no Distrito Federal. O valor do investimento é de R$ 42 milhões - 14% a menos que a previsão inicial. A empresa responsável pela obra, a Enfil S/A, tem até setembro para construir, entregar e instalar a estrutura do empreendimento, sob risco de multa.
O sistema emergencial do Lago Paranoá funcionará no formato de ultrafiltração por membranas, semelhante ao usado em usinas de dessalinização nos Emirados Árabes.