Cidades

Suspeito se apresenta, nega ter participado de racha e é liberado

Noé Albuquerque Oliveira prestou depoimento na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Ele nega estar em alta velocidade e diz ter parado para prestar socorro às vítimas

Júlia Campos - Especial para o Correio, Isa Stacciarini
postado em 01/05/2017 14:26
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Um dos suspeitos de participar do racha na L4 Sul na noite de domingo (30/4) se apresentou à polícia nesta segunda-feira (1;/5). No início da tarde, o sargento do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) Noé Albuquerque Oliveira prestou depoimento na 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) e foi liberado. Ele dirigia um Range Rover Evoque, um dos carros envolvidos no caso, e, após o acidente, fugiu da cena do crime. Agentes do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) chegaram a informar que ele estava visivelmente bêbado, mas se recusou a fazer o bafômetro.

[SAIBAMAIS] Segundo o delegado-adjunto da 1; DP, Ataliba Neto, Noé negou que praticava um racha ou que estivesse em alta velocidade. Em depoimento, o suspeito teria dito, ainda, que as câmeras de segurança da via podem confirmar isso. Ataliba disse, também, que o militar parou o carro para prestar socorro às vítimas, mas que saiu do local para levar a mulher ao hospital.
De acordo com a Polícia Civil, Noé disse que o veículo de Eraldo José Cavalcante Pereira, um Volksvagen Jetta preto, foi o que se envolveu no acidente. Em depoimento, o bombeiro alegou que só parou para ajudar, porque estava a 300 metros do carro. Segundo a corporação, os envolvidos estavam acompanhados das mulheres nos automóveis. Noé confirmou que o grupo vinha de uma festa, mas contou que teria tomado só uma "latinha de cerveja".
Informações obtidas pelo Correio revelam que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Noé venceu em 10 de abril. Ele tem 27 pontos na carteira, sendo sete delas por infração gravíssima e 20 pontos médios.
O Correio procurou o Corpo de Bombeiros e enviou um e-mail para a corporação pedindo esclarecimentos sobre o militar, mas, até a última atualização desta reportagem, não havia obtido retorno.

Dinâmica do acidente

Eraldo José Cavalcante Pereira ainda não se apresentou nem foi localizado pela PCDF, mas, segundo a corporação, já agendou horário para comparecer à delegacia ainda na tarde desta segunda-feira (1/5). Ele também fugiu do local em outro veículo, um Fiat Uno. Ele é advogado, com registro na Ordem dos Advogados do Brasil do DF (OAB-DF), e possui 14 pontos na CNH: 10 por infração grave e quatro por média.
O homem é cunhado de Fabiana de Albuquerque Oliveira, a terceira pessoa suspeita de participar do "pega" e que dirigia um Chevrolet Cruze prata. A mulher é a única que ficou no local do acidente e também prestou depoimento. Ela tem oito pontos na CNH por infração média. Na noite da batida agentes do Departamento de Estradas e Rodagem (DER-DF) informaram que Fabiana também estava visivelmente bêbada e teria se recusado, também, a fazer o teste do bafômetro.

A batida aconteceu próximo a Ponte das Graças, sentido aeroporto. O carro onde a família estava, um Ford Fiesta de cor vermelha, foi atingido por um dos carros que participava da disputa irregular. A mãe Cleusa Maria Cayres, de 69 anos, e o filho Ricardo Clemente Cayres, 46, estavam no banco de trás do automóvel e morreram na hora. Osvaldo Clemente Caires, 72 anos, pai e marido das vítimas e o motorista Elberton Silva Quintão, 37 anos, cunhado de Ricardo foram socorridos e levados ao Hospital de Base.

Após ser atingido o veículo perdeu o controle, saiu da pista, bateu em uma árvore e capotou. Osvaldo tinha ferimentos na cabeça e no braço e Elberton não tinha ferimento aparente. O estado não era grave. Segundo os bombeiros, os dois estavam desnorteadas.

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