Júlia Campos - Especial para o Correio, Isa Stacciarini
postado em 01/05/2017 15:36
Um dos suspeitos de participar do provável racha na L4 Sul, que terminou em duas mortes, é treinado para salvar a vida das pessoas. Noé Albuquerque Oliveira, 42 anos, é sargento do Corpo de Bombeiros e enfermeiro da Secretaria de Saúde. Ele é investigado pela suposta participação em um "pega" na noite de domingo (30/4), que acabou com a morte de Cleusa Maria Cayres, 69 anos, e Ricardo Clemente Cayres, 46 anos, mãe efilho respectivamente. Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nesta segunda-feira (1;/5), ele nega que estava em alta velocidade.
[FOTO933479]
Noé dirigia um Range Rover Evoque, um dos carros envolvidos no caso, e, após o acidente, teria fugido da cena do crime. Agentes do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) chegaram a informar que ele estava visivelmente bêbado e teria se recusado a fazer o teste do bafômetro. Informações obtidas pelo Correio revelam que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Noé venceu em 10 de abril. Ele tem 27 pontos na carteira, sendo sete deles por infração gravíssima e 20 por infrações médias.
[SAIBAMAIS] Ele é irmão de Fabiana Albuquerque Oliveira que também está envolvida no caso. Ela dirigia um Chevrolet Cruze prata. A mulher é a única que ficou no local do acidente e também já prestou depoimento. Na noite da batida, agentes do DER informaram que Fabiana estava bêbada e também teria se recusado a fazer o teste de alcoolemia. Ela tem oito pontos na CNH, todos por infração média.
Fabiana é cunhada do segundo suspeito de participar do racha: o advogado Eraldo José Cavalcante Pereira. Ele conduzia um Volksvagen Jetta preto, que bateu na traseira do carro onde mãe e filho estavam, um Ford Fiesta de cor vermelha. Eraldo também fugiu do local em outro veículo, um Fiat Uno. Ele possui 14 pontos na CNH: 10 por infração grave.
Sargento nega envolvimento
Em depoimento nesta tarde à polícia, Noé negou que praticava um racha ou que estivesse em alta velocidade. O suspeito teria dito, ainda, que as câmeras de segurança da via podem confirmar isso. O delegado-adjunto da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) Ataliba Neto afirmou que o militar parou o carro para prestar socorro às vítimas, mas que saiu do local para levar a mulher ao hospital.
O bombeiro alegou à polícia que só parou para ajudar, porque estava a 300 metros do carro. Segundo a Polícia Civil, os envolvidos estavam acompanhados das mulheres nos automóveis. Noé confirmou que o grupo vinha de uma festa, mas contou que teria tomado só uma "latinha de cerveja".
O Correio procurou o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) pedindo esclarecimentos sobre o militar, mas, ainda não obteve resposta. A Secretaria de Saúde também foi procurada pela reportagem, mas ainda não se posicionou sobre o assunto.