Cidades

"Ele tem consciência da tragédia que causou", diz delegado sobre depoimento

O terceiro e último ouvido desta segunda-feira, na 1ª Delegacia de Polícia, foi Eraldo José Cavalcante Pereira, motorista do Jetta, que teria colidido com o carro das duas vítimas, mortas na L4, domingo

Marina Adorno - Especial para o Correio
postado em 01/05/2017 19:42
O terceiro e último ouvido desta segunda-feira, na 1ª Delegacia de Polícia, foi Eraldo José Cavalcante Pereira, motorista do Jetta, que teria colidido com o carro das duas vítimas, mortas na L4, domingo
O último envolvido no suposto racha que acabou com a morte de duas pessoas na L4, na noite de domingo (30/4), foi ouvido pela Polícia Civil do Distrito Federal, na noite desta segunda-feira (1;5). Eraldo José Cavalcante Pereira compareceu à 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) na companhia de um advogado e prestou depoimento. Segundo Ataliba Neto, delegado-adjunto da unidade policial que comanda as investigações, Eraldo negou o racha, disse que não estava embriagado na hora da colisão e que não estava em alta velocidade.

Segundo o suspeito, ele bateu contra o Ford Fiesta vermelho, onde estavam Cleusa Maria Cayres, de 69 anos, e o filho Ricardo Clemente Cayres, 46, ambos mortos na tragédia, por conta de um "erro de cálculo" na hora de fazer uma ultrapassagem. "Ele disse que mudava da faixa do meio e o fiesta freou por causa do pardal. Por conta dessa freada, ele bateu no fiesta", disse Ataliba. Eraldo teria dito, ainda, que fugiu por medo de ser linchado, porque viu pessoas falando e apontando para ele. O suspeito fugiu a pé, da L4 até a L2 Sul, de onde ele ligou para um amigo.

[SAIBAMAIS] Quando questionado sobre o clima do depoimento, se ele parecia arrependido, o delegado disse que Eraldo foi bastante convincente. Eraldo teria chorado e estava muito abalado. Ataliba diz que ele tem consciência do que fez. "Ele sabe que destruiu duas famílias: a dele e a das vítimas", disse.

O advogado de Eraldo vai tentar se aproximar da vítimas para fazer algum acordo. O suspeito, disse o delegado-adjunto, pretende ajudá-los financeiramente, tanto pelos gastos materiais quanto com funeral.

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A perícia, que vai determinar, de fato, o que aconteceu na noite do último domingo só sairá no prazo de 30 dias. Até agora, ninguém foi indiciado, porque, segundo o o delegado da 1; DP, o crime ainda não foi tipificado. As prisões preventivas, tando de Eraldo, quando dos motoristas dos outros dois carros, foram descartadas. "Como ele se apresentou, não há motivo para isso, já que ele não fugiu", disse.

Se a tese do racha se comprovar, os três podem responder por homicídio doloso. "Se não caracterizado, quem responderia seria só o Eraldo. Só que, nesse caso, poderia ser tanto por homicídio culposo de trânsito como de racha".

A pena para o crime de racha com resultado morte é de 5 a 10 anos de prisão. Para homicídio, culposo com agravente do racha, de 2 a 4 anos. Se ficar comprovado homicídio doloso, a pena vai de 6 a 20 anos de detenção.
Eraldo José (E) e Noé Albuquerque prestaram depoimento nesta segunda-feira na 1ª DP

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