Cidades

Prazo para a venda direta de lotes em condomínios começa na quinta-feira

Moradores do Ville de Montagne vão ser os primeiros beneficiados. Depois, os do Solar de Brasília, Jardim Botânico 1, 4 e 6, Instância Jardim Botânico, Parque Mirante das Paineiras, Mirante das Paineiras e trecho 3 de Vicente Pires

Lucas Fadul - Especial para o Correio
postado em 06/05/2017 08:34
Ville de Montagne: ocupantes querem que a avaliação dos terrenos leve em conta valor estabelecido em 2008, de R$ 70 o metro quadrado
Está previsto para a próxima quinta-feira o início do processo de cadastramento dos moradores do condomínio Ville de Montagne para a venda direta dos terrenos. A Terracap garante que, em 90 dias, o mesmo será feito em relação aos condomínios Solar de Brasília, Jardim Botânico 1, 4 e 6, Instância Jardim Botânico, Parque Mirante das Paineiras, Mirante das Paineiras e trecho 3 de Vicente Pires.

Há dois dias, desde que foi assinado o decreto de lei que regulamenta a questão fundiária no Distrito Federal, cresce a expectativa de que os moradores dessas regiões possam se tornar proprietários efetivos dos terrenos onde vivem. ;A gente vem lutando há mais de 20 anos. Todo mundo quer regularizar de maneira justa;, comenta Pedro Humberto, morador e síndico do Solar de Brasília. ;A grande maioria dos moradores está aguardando isso com grande ansiedade;, ressalta Geraldo Magela Álvares da Silva, diretor da Associação Comunitária de Vicente Pires (Arvips). ;Queremos botar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente, sabendo que estamos na nossa casa;, completa.

Em entrevista ao Correio, o presidente da Terracap, Júlio César de Azevedo Reis, explicou que a avaliação dos terrenos será feita de acordo com o valor de mercado, mas que obras de infraestrutura comuns serão debitadas no valor final do imóvel. Moradores, no entanto, insistem que o valor justo a ser cobrado pela Terracap deve se aproximar do estipulado no governo de José Roberto Arruda (ex-DEM), em 2008: cerca de R$ 70 por metro quadrado, à época.

Futuras regularizações

Raimundo Rocha, 50 anos, mora no Trecho 2 da Colônia Agrícola Vicente Pires, área pertencente à União. Segundo ele, a associação de moradores locais vai lutar para que os terrenos sejam adquiridos a preço de terra nua. ;Ninguém gosta de morar em uma área não regularizada. A luta vai ser grande;, afirma. Ele aguarda a venda direta dos trechos 1 e 3 para que tenha ideia de como deverá ser a regularização de seu terreno.

Reis explica que a Terracap se comprometeu, por meio de um termo de cooperação entre o GDF e a União, a desenvolver o projeto de urbanismo e promover a regularização fundiária do Trecho 2 de Vicente Pires. ;Para isso, a União vai realizar a transferência da gleba do Trecho 2 para que a Terracap promova a regularização. Nós já estamos em estágio avançado em termos de projeto. No próximo mês, nós vamos submeter esse projeto à apreciação do Conplan (Conselho de Planejamento Territorial do DF).;

Três perguntas para

Júlio César de Azevedo Reis, presidente da Terracap


A avaliação dos terrenos vai se pautar pelo que propôs o governo de José Roberto Arruda?

A avaliação é feita conforme norma própria. Vamos avaliar o imóvel pelo valor de mercado, mas o valor final de venda será diferente. Vamos deduzir o valor, em cada imóvel, das infraestruturas que tenham sido implantadas pelo condomínio ou pelo morador. Será feita a quantificação e a precificação dessa infraestrutura e o valor final será deduzido do valor dos lotes. São elas: rede de drenagem, pavimentação, meio fio, calçadas, rede de distribuição de energia elétrica, sistema de iluminação, rede de distribuição de água, rede de esgoto e eventuais compensações ambientais e florestais.

Quando terá início a venda direta dos lotes em Vicente Pires?

Vicente Pires é um grande caso de sucesso (do atual governo) até agora, porque o processo de regularização começou em 2005. Os governos anteriores não conseguiram dar solução aos problemas ambientais, mas nós, agora, conseguimos. O Trecho 1 está licenciado, foi aprovado, depositado em cartório para registro e objeto de impugnação. Já ganhamos na primeira instância. Houve um recurso por parte de um impugnante e esse processo está agora no Superior Tribunal de Justiça aguardando julgamento do recurso. No Trecho 3, vamos dar início à venda direta.

Esse processo de regularização pode ensejar novas invasões ilegais?

O GDF trabalha o ordenamento territorial baseado em três pilares. O primeiro é o combate rigoroso à ocupação irregular do solo. O segundo é o fomento a novas moradias regularizadas. Por última, a regularização fundiária. Nós precisamos investir na regularização fundiária, porque, além de titular o morador, ordena a cidade do ponto de vista urbanístico, libera para a implantação de infraestrutura completar e promove o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Só é passível de regularização aqueles imóveis que estavam ocupados por moradores até 22 de dezembro de 2016.
Moradores do Ville de Montagne vão ser os primeiros beneficiados. Depois, os do Solar de Brasília, Jardim Botânico 1, 4 e 6, Instância Jardim Botânico, Parque Mirante das Paineiras, Mirante das Paineiras e trecho 3 de Vicente Pires

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