Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 12/05/2017 13:54
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Era 2015 quando os amigos Wanderson Alves, morador de Ceilândia Norte, conhecido como Wandin; Gabriel Feitosa, apelidado de Chocola, do Riacho Fundo I; e Michael Jackson, chamado de MJ Beats, da Candangolândia, fizeram uma viagem estudantil para o Maranhão. Lá, arriscaram uma apresentação conjunta de rap em freestyle e logo perceberam que o entrosamento era muito bom. ;Nós tínhamos tocado em bandas diferentes. Nos encontramos e, nessa viagem, fizemos um show que foi muito da hora. A galera gostou, e fizemos o grupo;, lembra Wandin.
Desde então, o grupo já tocou em eventos como Som de Papel e bloco Me Engole Que Eu Sou Jiló, além de bar Isso Aqui é o DF, em Taguatinga. Os três também romperam fronteiras e se apresentaram no Festival da Lagoa, em Goiás, e em um encontro dos estudantes de ciências ambientais realizados em Niterói (RJ), no ano passado.
No canal que mantém no Youtube, o trio lançou quatro videoclipes e outras duas músicas que podem ser acompanhadas com as letras. Tudo produzido de forma independente, com apoio de amigos e pessoas que acreditam no que o MarMitos realiza.
Composição em parceria
As composições são feitas em parceria. Cada um é responsável pela estrofe que interpreta em cada música. ;O nosso rap não segue o estilo tradicional, de caras com cara de mau. Fazemos um rap mais alternativo, com assuntos mais leves. Embora falemos de questões sociais e raciais, não nos limitamos a isso;, explica Wandin.
Chocola complementa: ;Também compomos sobre a curtição e a juventude, auxiliado por críticas sociais. Em algumas letras há até uma abordagem mais filosófica;. A sonoridade do grupo, por sua vez, fica mais a cargo de MJ Beats. ;Eu faço as batidas em casa e, depois, a gente se junta para compor as letras;, explica.
Quanto à cena do rap, o grupo entende que houve uma mudança no gênero, que hoje abrange artistas de diferentes estilos. ;O rap atualmente não é mais tão estigmatizado como antes, não é mais separado por nichos, algo segmentado. Com isso, o rap, de maneira geral, perdeu um pouco da militância, mas não o nosso, porque acredito que tudo o que fazemos é um pouco subversivo;, descreve Wanderson.
* Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende